Auxílio de R$ 600 em 2023 poderá causar rombo histórico, diz agência
Agência vinculada ao Senado fez alerta sobre a manutenção do Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 no ano de 2023
Promessa comum aos dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições presidenciais, a manutenção do valor do Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 preocupa a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal. Nesta semana, eles publicaram o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) e argumentaram que o saldo pode gerar um rombo nas contas públicas.
Hoje, o Auxílio Brasil faz pagamentos no valor de R$ 600 mínimos por família. Contudo, este patamar só está garantido até o final deste ano. Para janeiro de 2023, a indicação oficial do governo é fazer o saldo cair para R$ 405. Seja como for, Bolsonaro (PL) e Lula (PT) seguem prometendo na campanha manter o valor de R$ 600, o que naturalmente seguiria elevando os custos.
Segundo o documento da IFI, a manutenção do valor do Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 em 2023 poderia gerar uma despesa adicional no patamar de quase R$ 52 bilhões. Na projeção da instituição, este cenário poderia fazer o país chegar a um rombo de até R$ 103 bilhões no ano de 2023, e superar, por uma larga margem, a meta de déficit de R$ 65,9 bilhões que está indicado no plano de orçamento.
“Considerando ainda os efeitos do enfraquecimento da economia e das desonerações de tributos contidas no Ploa (Projeto de Lei Orçamentária Anual de) 2023, o resultado primário do governo central poderá passar de superávit de 0,5% do PIB em 2022 para déficit de 1,0% do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano”, diz o estudo.
De todo modo, o estudo faz projeções positivas sobre a questão da retomada do emprego. De acordo com a IFI, a situação tende a melhorar no próximo ano. “O número de pessoas desempregadas também tem recuado de forma contínua. No trimestre encerrado em agosto, a população desocupada era composta por 9,7 milhões de indivíduos, 4,2 milhões a menos em relação ao observado no mesmo período de 2021 (contração de 30,1%)”, pontuou o estudo.
Promessas dos candidatos
No cenário atual, os dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições presidenciais no país afirmam que devem conseguir manter o Auxílio Brasil na casa dos R$ 600, mesmo considerando que a proposta de orçamento enviada ao Congresso Nacional aponta para uma outra direção.
O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que a manutenção já está garantida, e que ele já teria combinado os detalhes com o seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
O ex-presidente Lula (PT) promete manter o Auxílio Brasil na casa dos R$ 600, além de criar um adicional de R$ 150 por cada filho menor de seis anos. Ele afirma que poderá bancar os aumentos através de uma Reforma Tributária.
Auxílio Brasil hoje
Hoje, o Auxílio Brasil faz pagamentos mensais de R$ 600 por família. Neste mês de outubro, os repasses estão acontecendo desde o último da 11. Nesta sexta-feira (21), é a vez dos usuários que possuem o Número de Inscrição Social (NIS) final 8.
Estima-se que mais de 21 milhões de pessoas estejam aptas ao recebimento do Auxílio Brasil neste mês de outubro. Trata-se de um recorde na história do jovem programa social. Desde o início do ano, mais de 7 milhões de novos usuários puderam entrar no benefício.