Nesta semana, o Governo Federal está divulgando mais alguns detalhes sobre os pagamentos de um novo auxílio emergencial para os caminhoneiros. Na tarde desta terça-feira (28), o jornal O Estado de São Paulo divulgou novos detalhes sobre as liberações do atual benefício. Os pontos ainda estão em discussão pelo Planalto, mas já é possível observar alguns direcionamentos.
Segundo informações obtidas pelo jornal, o Governo Federal estima que pouco mais de 900 mil caminhoneiros tenham direito ao benefício. O número é notadamente menor do que o que se registra no vale-gás nacional, o qual atende quase 6 milhões. Também é menor que a folha de pagamentos do Auxílio Brasil, que atende mais de 18 milhões de brasileiros.
Os valores do programa para os caminhoneiros deverão se manter no patamar que o próprio Governo Federal vinha sinalizando nos últimos dias. A proposta é pagar seis parcelas de R$ 1 mil para cada um dos usuários. Assim, entre os meses de julho e dezembro, cada um dos caminhoneiros receberiam um montante total de R$ 6 mil.
Para chegar neste nível de pagamentos, o Palácio do Planalto calcula um gasto de pouco mais de R$ 5,4 bilhões. Este valor seria somado com o projeto de aumento do vale-gás e também do Auxílio Brasil. Dessa forma, os gastos com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) poderiam ultrapassar a marca dos R$ 30 bilhões.
Para selecionar os caminhoneiros, o Governo Federal pretende analisar os dados do Registro Nacional dos Transportes Rodoviários de Cargas. Trata-se de um cadastro que faz parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Todavia, há um problema: as informações contidas nesta lista estão desatualizadas desde o ano de 2017.
Como dito, o plano central do Governo Federal é pagar seis parcelas de R$ 1 mil para os caminhoneiros já a partir do mês de julho deste ano. Contudo, o Planalto só chegou a esse número depois de muita reclamação.
Inicialmente, o poder executivo sinalizou que o voucher pago aos caminhoneiros teria seis parcelas de R$ 400. O valor gerou revolta por parte líderes da categoria. Um dos representantes mais conhecidos, o Chorão, disse que a proposta era uma “esmola”.
“Caminhoneiro não quer assistencialismo para ficar refém de político que a qualquer momento pode fazer chantagem eleitoral. Quer política sustentável para administrar seu negócio sem interferência estatal”, disse o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS). Ele é o presidente da Frente Parlamentar dos caminhoneiros no Congresso.
No entanto, é importante lembrar que o Governo não discute neste momento apenas a criação de um auxílio para os caminhoneiros. Nesta semana, o Congresso Nacional também tem uma discussão em torno do aumento de valores de outros programas.
É o caso, por exemplo, do Auxílio Brasil. O plano do Governo Federal é aprovar um aumento de R$ 200 no valor já existente do programa. Assim, o patamar de R$ 400 do benefício passaria a ser de R$ 600 pelos próximos seis meses.
Além disso, o Congresso Nacional também debate nesta semana o aumento no valor do vale-gás nacional. Dessa forma, hoje, o programa social paga R$ 53 por família. A proposta do Governo prevê o aumento do patamar para a casa dos R$ 120.