O Governo Federal entregou ainda no início da última semana a Medida Provisória (MP) do novo Bolsa Família. Com isso, o texto do projeto está oficialmente em tramitação no Congresso Nacional. Nesta quarta-feira (18), o Ministro da Cidadania, João Roma, fez um apelo para os deputados da oposição.
Roma disse que o melhor a se fazer agora é unir forças de todos os partidos para aprovar esse texto. De acordo com o chefe da pasta, esses mesmos partidos poderão mostrar as suas divergências nas eleições do próximo ano. Agora, segundo ele, o momento seria de união para conseguir o aumento do novo Bolsa Família.
“Então a gente precisa cada vez mais parar com essa queda de braço político partidária, ideológica. Isso porque no ano eleitoral, quando chegar lá, cada um defende sua bandeira com a população. Mas nesse momento que as pessoas querem cooperação para melhorar sua qualidade de vida”, disse o Ministro da Cidadania.
João Roma está dando essa declaração justamente em um momento em que vários membros da oposição estão criticando o texto do projeto. O PT, maior de partido contrário ao Presidente, lançou uma nota dizendo que o novo programa representaria o fim do Bolsa Família e que na verdade não daria aumento nenhum.
Além do PT, uma série de outros partidos estão começando a questionar vários pontos do programa. De acordo com informações oficiais, parlamentares lançaram até aqui mais de 400 emendas que tentam alterar algumas regras do projeto em questão. E esse número deve ter crescido nas últimas horas.
A grande questão em toda essa situação é que o Governo Federal não está recebendo críticas apenas de opositores. Mesmo dentro do Palácio do Planalto há ruídos importantes de comunicação quando o assunto é o novo Bolsa Família. Pelo menos é o que dizem as informações de bastidores.
Recentemente, por exemplo, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) disse em entrevista que o Planalto precisa ser mais rápido com esses projetos. Ele também criticou a ideia de aumentar o novo Bolsa Família para a casa dos R$ 400.
Dentro do Governo Federal, grupos diferentes não pensam igual sobre o número de beneficiários que irão entrar no programa. Parte acredita que o melhor é inserir muita gente, outra parte acredita que é mais responsável colocar apenas mais de 2 milhões.
Mas mesmo diante dessas críticas internas e externas ao auxílio, o Governo Federal está firme na ideia de começar os pagamentos do novo Bolsa Família a partir do próximo mês de novembro. Até aqui, esse objetivo ainda não mudou dentro do Palácio do Planalto.
De acordo com informações de bastidores, o Palácio do Planalto acredita que a maioria dos parlamentares vai conseguir aprovar todos os textos necessários para começar os pagamentos do benefício em questão.
Enquanto o novo Bolsa Família não entra em cena, o Governo Federal segue com os pagamentos do Auxílio Emergencial. Nesta semana, aliás, eles iniciaram os repasses da quinta parcela do projeto.