O valor ideal para o programa Auxílio Brasil no próximo mês de agosto deveria ser de R$ 732. É o que mostra um novo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo as informações do levantamento, com este valor os usuários do programa conseguiriam comprar tudo aquilo que compravam em 2020, quando o Auxílio Emergencial pagava R$ 600.
O estudo foi realizado pelo economista Matheus Peçanha e divulgado por portais de imprensa nesta semana. O especialista considerou os dados do Índice Nacional dos Preços ao Consumidor (INPC). Trata-se de uma numeração que identifica o aumento nos preços dos produtos básicos para a sobrevivência dos indivíduos.
Em resumo, o estudo revela que o cidadão que ganhava R$ 600 no Auxílio Emergencial em 2020, conseguia realizar mais compras do que um indivíduo que vai receber os mesmos R$ 600 a partir de agosto deste ano, com o Auxílio Brasil. O fenômeno acontece por causa do aumento da inflação e da consequente perda no poder de compra pelos cidadãos.
Recentemente, o Congresso Nacional aprovou a polêmica PEC dos Benefícios. Trata-se do texto que libera o uso de R$ 41 bilhões para que o Governo Federal aplique em projetos sociais. No caso específico do Auxílio Brasil, o Planalto deverá elevar os valores de R$ 400 para R$ 600, além de inserir mais 2 milhões de pessoas a partir de agosto.
Análises econômicas apontam que a situação sem este possível aumento se tornaria ainda pior para os usuários do programa social. Ao mesmo passo, economistas dizem que a elevação dos valores não será suficiente para compensar a perda do poder de compra por parte dos brasileiros que se observou nos últimos meses.
Desde 2020, os auxílios sociais do Governo Federal passaram por uma série de mudanças. Boa parte delas foram ocasionadas por causa da chegada da pandemia em solo nacional, o que possibilitou o início dos pagamentos do Auxílio Emergencial.
Veja abaixo a linha do tempo dos pagamentos
* Os pagamentos do vale-gás nacional acontecem apenas nos meses pares.
Vale lembrar que a aprovação da PEC dos Benefícios aconteceu cercada por polêmicas. Parte dos opositores do presidente Jair Bolsonaro (PL) dizem que o rito do projeto teria sido inconstitucional, sobretudo na passagem pela Câmara dos Deputados.
Parte dos parlamentares também acusam o Governo Federal de usar o texto para fins eleitorais. Em tese, o poder executivo não pode iniciar os pagamentos de novos projetos sociais em anos de eleições presidenciais.
Nesse sentido, também há críticas quanto aos gastos que o Planalto planeja para o aumento nos valores de programas já existentes. Parlamentares do partido Novo dizem que o Governo estaria desrespeitando o teto de gastos.
O poder executivo nega as acusações e diz que o intuito de aprovar a PEC dos Benefícios é ajudar os mais pobres agora. “Vai deixar morrer de fome?”, questionou o Ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista recente.