O Governo Federal anunciou ainda no final do ano passado o início dos pagamentos do Auxílio Brasil. De acordo com a promessa, o programa seria uma remodelagem do antigo Bolsa Família. Eles disseram que o valor do projeto iria subir e o número de usuários também iria ficar maior já a partir deste ano.
Todas essas promessas foram cumpridas. De acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 3 milhões de pessoas entraram no programa em janeiro, elevando o número de beneficiários para a casa das 17 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, eles também elevaram o valor para um patamar mínimo de R$ 400 para todo mundo.
Tudo isso é verdade. Mas acontece que também é verdade que a inflação acabou corroendo muito o poder de compra dos brasileiros. Em um português mais fácil, isso significa dizer que ao mesmo tempo que o valor do Auxílio subiu, também subiram os preços dos produtos que as pessoas precisam comprar.
Isso ficou muito claro neste semana quando o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgou dados dos preços das cestas básicas no país. De acordo com essas informações, em nenhuma capital que mostra os seus dados é possível usar o Auxílio Brasil para comprar uma cesta básica. O valor vai ficar naturalmente defasado.
São Paulo é o lugar que tem o maior problema com a situação. É que de acordo com o DIEESE, o preço de uma cesta por lá é de R$ 713,00. É de longe a mais cara do país, custando quase o dobro do valor do Auxílio Brasil de R$ 400. Isso mostra que mesmo com o aumento, muita gente ainda está sofrendo com o aumento no custo de vida.
De acordo com informações de bastidores, o que se sabe neste momento é que há uma ala do Governo Federal que está tentando fazer com que a autarquia aumente ainda mais o valor do Auxílio Brasil para os usuários.
Há quem diga, por exemplo, que o ideal seria pagar R$ 600 para todo mundo. Mas quais são as chances disso acontecer de fato? Pelo menos neste momento, as chances são quase nulas, porque para isso acontecer o Governo teria que abrir um novo espaço no orçamento.
De um lado, há uma ala mais preocupada com a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Do outro, há um grupo mais ligado ao Ministério da Economia e que não quer aumentar os gastos públicos neste momento. É portanto uma queda de braço.
O Governo Federal começou os pagamentos do Auxílio Brasil ainda no final do último mês de novembro de 2021. Naquele primeiro momento, o dinheiro estava indo apenas para as pessoas que estavam no antigo Bolsa Família.
Somente agora em janeiro o programa passou a ter a sua versão mais turbinada. De acordo com o Ministério da Cidadania, no primeiro mês do ano esse benefício chegou em 17,5 milhões de pessoas. Todas receberam pelo menos R$ 400.
A tendência natural é que o número de usuários varie no decorrer do ano. Mas não será uma variação muito além do normal. De acordo com o Governo Federal, não há mais espaço no orçamento para inserir muita gente no programa de uma só vez.