Auxílio Brasil cobre cesta básica de apenas 5 capitais - Notícias Concursos

Auxílio Brasil cobre cesta básica de apenas 5 capitais

Pesquisa é do Dieese, considerando um total de 17 capitais brasileiras.

Contrariando as expectativas do Governo Federal, muitos cidadãos brasileiros enfrentam para viver com os R$ 600 do Auxílio Brasil. Trata-se, então, de programa federal de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família durante a gestão de Bolsonaro. 

Nesse sentido, mesmo após o aumento de R$ 200 do valor médio do benefício, famílias não conseguem garantir a aquisição de sua alimentação básica em grande parte do Brasil. 

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na cidade de São Paulo, a cesta básica possuía o valor de R$ 749,78 durante o mês de agosto. Isto é, R$ 149,78 a mais do que o valor pago às 710 mil famílias da cidade que recebem o programa assistencial. 

Além disso, a falta de recursos para a aquisição de uma alimentação básica também ocorre em outras 11 capitais que o Dieese analisou.

Dessa forma, apenas em 5 cidades o Auxílio Brasil é suficiente para a compra de uma cesta básica. São elas:

Recife, com uma cesta básica de R$ 598,14.

  • Natal, cesta valendo R$ 580,74.
  • Salvador, R$ 576,93.
  • João Pessoa, R$ 568,21.
  • Aracaju, R$ 539,57.

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Por esse motivo, muitos críticos entendem que o contexto de crise econômica, desemprego e fome tornam a quantia de R$ 600 insuficiente.

Custo de vida aumentou

Segundo o Dieese, o que explica a diferença do poder aquisitivo em diferentes cidades é o custo de vida em cada região. 

Assim, de acordo com um levantamento do professor do Insper, Naercio Menezes, os valores dos benefícios sociais podem ter diferentes impactos de acordo com cada local.

Nesse sentido, durante a realização da pesquisa, em abril de 2021, o estudo demonstrou que um morador do estado do Ceará necessitaria de R$ 134 para comprar alimentos em consumir as calorias necessárias. No entanto, na cidade de São Paulo, este valor subiria para R$ 180. 

Especialistas do setor social defendem que aconteça uma modificação no desenho do Auxílio Brasil. Isto é, já que o benefício não leva em consideração o número de integrantes de uma família no momento da concessão do benefício, como acontecia no Bolsa Família. 

De acordo com estudiosos, o formato atual contribui para o aumento da desigualdade e também na queda da eficiência do programa assistencial. Isso ocorre visto que um grupo familiar composto por um só membro, por exemplo, terá acesso aos mesmos R$ 600 de uma família que possui seis membros.

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Assim, o ideal seria que o valor varie de acordo com a composição da família e outros dados de sua realidade.

Luciano Hang chama Auxílio Brasil de “bolsa miséria”

O apoiador de Bolsonaro, Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, recentemente classificou o Auxílio Brasil como “bolsa miséria”.

Além disso, o empresário também relatou que o pagamento do benefício assistencial deve ser temporário. No entanto, ele também defendeu o aumento de R$ 200 na parcela do programa por meio da aprovação no Congresso Nacional de PEC. Esta medida, então, alterou e criou diferentes benefícios em meio um ano eleitoral. 

“Os mais pobres não têm que viver a vida toda de bolsa miséria. Eles têm de ter a oportunidade de trabalhar e ganhar sustento”, relatou Hang em entrevista com divulgação na última sexta-feira, 16 de setembro. 

O empresário é um dos mais influentes apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro. Nesse sentido, chegou, inclusive, a discursar ao lado do líder do Poder Executivo durante comemoração do 07 de setembro. 

Ademais, o Luciano Hang também passa por investigação, tendo seus perfis nas redes sociais suspensos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

Durante um evento na cidade de Blumenau, na terça-feira de 13 de setembro, o empresário criticou o Auxílio Brasil mais uma vez.

“Temos que colocar na cabeça das pessoas que ganhar alguma coisa de graça não leva a nada”, relatou Hang. 

Contudo, apesar da crítica, o empresário se mostrou a favor do aumento para R$ 600 da parcela paga pelo benefício social. 

“A pandemia dizimou as empresas e dizimou os serviços que não eram com carteira assinada”, justificou. Segundo o empresário, a ampliação do benefício tem que ser algo “momentâneo”. 

“A esquerda, a Dilma Rousseff, ficava feliz porque aumentou o número de dependentes do Bolsa Família. Eu acho que o governo tem que ficar feliz em arranjar oportunidade para todo mundo para reduzir a quantidade de pobres ganhando o Bolsa”, completou.

Governo busca avançar consignado do Auxílio Brasil

O governo vem trabalhando para disponibilizar a opção de realização do empréstimo consignado por meio das parcelas do Auxílio Brasil.

Nesse sentido, o objetivo é fazê-lo ainda durante este mês de setembro. Para que isso ocorra, contudo, a gestão deve regulamentar um teto de juros a ser cobrado pelas instituições financeiras na adesão da modalidade. 

A falta de um limite para o crédito é um dos principais questionamentos de diversos especialistas do setor econômicos. Estes, então, alertam sobre o possível risco de superendividamento de grande parte da população mais vulnerável do país. 

Desse modo, muitas instituições bancárias vêm resistindo ofertar o serviço, sob a justificativa de que a parcela da população que tem acesso ao Auxílio Brasil é vulnerável economicamente. Portanto, isso implicaria no alto risco de inadimplência. 

O objetivo da gestão é de disponibilizar a modalidade a população mais vulnerável do país antes das eleições. Assim, isso poderia ter algum impacto e melhorar as intenções de voto do atual presidente, que busca sua reeleição. 

Após crítica de diversos órgãos e especialistas do setor econômico, o Ministério da Cidadania, encaminhou uma consulta ao Banco Central a fim de pedir que a instituição estabeleça um teto de juros e quais seriam os critérios para a adesão da nova modalidade. 

Até o momento, no entanto, entre os grandes bancos do país, somente a Caixa Econômica Federal se interessa em disponibilizar o serviço. Instituições como Itaú e Bradesco já se manifestaram que não devem aderir ao programa. 

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Outras pequenas instituições já manifestaram interesse sobre o serviço, porém, estas indicam a cobrança de uma taxa de juros de até 80% ao ano. Isto é, mais que o dobro cobrado a servidores, aposentados e pensionistas.

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