Durante uma sabatina no final da última semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer que deve manter o valor do Auxílio Brasil em R$ 600 no próximo ano. De acordo com o candidato, ele já conversou com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, e também com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) sobre o assunto.
“O que eu conversei com o Paulo Guedes, para buscar alternativas para ser definitivo, a partir do ano que vem. Ele falou que vai ser definitivo. Conversei hoje com o (presidente da Câmara) Arthur Lira. Ele falou que, no que depender da Câmara, vamos buscar alternativas para isso”, disse Bolsonaro durante a sabatina para o jornal Correio Braziliense.
“O que o Paulo Guedes quer é taxar uma parte daquelas pessoas que ganham acima de R$ 400 mil por mês. É taxar o que excede os R$ 400 mil, chamados dividendos, que não se paga nada, pagar 15%. O mundo todo paga isso, menos nós aqui”, disse ele. Em entrevista recente, o Ministro da Economia confirmou tal indicação.
Obviamente, o presidente trabalha com esta promessa considerando um cenário de vitória dele nas eleições deste ano. “Com o que nós vimos pelo Brasil, aqui em Brasília, na Esplanada; em São Paulo, na Paulista; em Copacabana, no Rio de Janeiro; eu acho que está decidida a eleição no primeiro turno. Não tem explicação para o outro lado ganhar. O povo está conosco”, disse ele.
Esta não é a primeira vez que Bolsonaro fala sobre a questão da manutenção do Auxílio Brasil na casa dos R$ 600. Nos últimos dias, o candidato do PL à reeleição vem reiterando em peças publicitárias a promessa de manter o valor do benefício na casa dos R$ 600. Contudo, os documentos oficiais apontam para outra direção.
Originalmente, o Auxílio Brasil é um programa social que faz pagamentos de R$ 400 mínimos por família. O sistema funciona desta maneira desde novembro do ano passado, e permaneceu desta forma durante todo o primeiro semestre de 2021.
Em julho, o Congresso Nacional aprovou a chamada PEC dos Benefícios. Entre outros pontos, o documento permitiu a liberação de R$ 41 bilhões ao Governo Federal. Com parte deste montante, o Planalto conseguiu aumentar o valor do Auxílio de R$ 400 para R$ 600 mínimos.
Os R$ 200 do adicional extraordinário são válidos oficialmente até o final deste ano de 2022. Assim, considerando as informações da PEC dos Benefícios, o projeto deve voltar ao patamar de R$ 400 já a partir de janeiro de 2023.
No último dia 31 de agosto, o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional a proposta de orçamento para o próximo ano. Este é o documento em que a União detalha todas as intenções de gastos para os próximos dois semestres.
O plano confirma que a proposta para o Auxílio Brasil é diminuir o valor de R$ 600 para R$ 405 já a partir de janeiro. De toda forma, o presidente Jair Bolsonaro vem defendendo que é possível realizar uma alteração até o final deste ano.
Para este mês de setembro, o Auxílio Brasil do Governo Federal está confirmado no patamar mínimo de R$ 600. A expectativa do poder executivo é de que mais de 21 milhões de brasileiros possam receber o dinheiro a partir do próximo dia 19.