Mais de R$ 22 bilhões. Este é o montante que o Governo Federal avalia desembolsar para bancar um aumento nos seus benefícios sociais. Segundo as informações de bastidores, o Ministério da Economia acredita que o saldo seria suficiente para aumentar o valor mensal do Auxílio Brasil dos atuais R$ 400 para R$ 600 por família.
O dinheiro para o aumento viria da desistência em se pagar uma compensação aos estados para que eles zerem a alíquota do ICMS sobre o diesel e o gás de cozinha até o final deste ano. Esta medida, que está sendo avaliada pelo Congresso Nacional, teria um custo de pouco mais de R$ 29 bilhões aos cofres públicos, conforme as projeções mais recentes.
Ao desistir de dar o suporte aos estados, o dinheiro previsto para o projeto seria mais do que suficiente para bancar o aumento do Auxílio Brasil. Nesse sentido, ainda sobrariam outros mais de R$ 7 bilhões. Segundo avaliações internas, o residual poderia ser usado para bancar o aumento nos valores do vale-gás nacional ainda este ano.
De acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, a possível realocação do dinheiro tem aval não apenas do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas também do próprio Ministro da Economia, Paulo Guedes. O chefe da pasta econômica vem dizendo que se é necessário gastar alguma quantia, é melhor que se gaste repassando o montante diretamente para as pessoas.
Em coletiva recente, o presidente Jair Bolsonaro também deu esta mesma sinalização. Durante a visita ao estado de Pernambuco, ele disse que qualquer auxílio aprovado pelo Governo Federal será pago apenas para as pessoas mais humildes, e não mais para os estados. A decisão de investir logo no Auxílio Brasil pode ser fruto desta ideia.
Segundo informações do jornal O Globo, o Governo Federal analisa a possibilidade de enviar um documento com todas as propostas de mudanças em seus auxílios para o Congresso Nacional. O documento tende a ser enviado na segunda-feira (27).
Na ocasião, o Governo detalhará a proposta de aumentar o Auxílio Brasil para R$ 600. Além disso, também é possível que os repasses do vale-gás nacional tenham um acréscimo de valores. O plano é dobrar o atual patamar de R$ 50 bimestrais para R$ 100 mensais.
Além disso, o Governo também deve explicar em detalhes a criação de uma espécie de voucher mensal para os caminhoneiros autônomos. O novo projeto tem previsão de pagar R$ 1 mil por mês até o final deste ano.
Na noite desta quinta-feira (23), o Instituto de pesquisas Datafolha divulgou uma nova rodada de pesquisas com intenções de voto para o Palácio do Planalto. Os números mostram que o presidente Bolsonaro está 22 pontos atrás do ex-presidente Lula (PT).
Oficialmente, o presidente Bolsonaro afirma que não acredita nas pesquisas e que acredita que vencerá as eleições deste ano. No entanto, informações de bastidores dão conta de que há um sinal vermelho ligado em sua pré-campanha neste momento.
Nesse sentido, Bolsonaro e sua equipe querem aprovar as alterações em seus projetos sociais o quanto antes, para tentar recuperar os seus números de popularidade.