Economia

Aumento do IOF: “Solução ruim, ineficiente e dificulta crescimento”

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) vai aumentar e consequente também os valores para conseguir financiamentos e empréstimos, a medida pretende financiar o Auxílio Brasil – uma reformulação do Bolsa Família.

Editada por meio de decreto, a iniciativa tem encontrado diversas críticas. E se por um lado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode conseguir chamar atenção dos mais pobres com o novo benefício, terá que suportar a insatisfação de outras pessoas que devem pagar mais impostos.

E você, está disposta a pagar empréstimos com uma taxa maior para financiar o novo Bolsa Família? Saiba que Bolsonaro teve aumento de 6% no salário e ministros de até 69%. 

Além de Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho Administrativo do Magazine Luiza, o ex-presidente do BC (Banco Central) Ilan Goldfajn também criticou a medida.

“Não falta dinheiro para Bolsa Família. A quantidade de dinheiro para o Bolsa Família é pequena dentro do Orçamento. Precisamos saber fazer as escolhas. Pense na quantidade de impostos [que temos] na carga tributária que todos nós pagamos, não é pouco. Precisamos, estruturalmente, arrumar a casa. Não adianta fazer várias despesas em ano eleitoral e depois faltar dinheiro para as coisas básicas”, disse ele em entrevista ao Globo News.

O aumento na cobrança do IOF deve ficar em vigor de 20 de setembro de 2021 e 31 de dezembro de 2021, pelo menos é o que prevê o decreto do presidente Bolsonaro.

Aumento do IOF pode dificultar empréstimos

O aumento do IOF poderá dificultar acesso ao crédito, o que coloca por água abaixo outro esforços já realizados. Quem explica isso é Goldfajn, ele hoje é presidente do conselho do banco Credit Suisse no Brasil e também é diretor no Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Tivemos um esforço enorme nos últimos anos de tentar reduzir os juros ao consumidor, os juros do crédito. Esse é um processo longo, e agora estamos começando a ter um revés. E ele vem porque nós não conseguimos controlar o crédito, temos várias despesas, temos várias despesas eleitorais e, para isso, a gente acaba precisando elevar os impostos como está sendo feito com o IOF. A solução é ruim, é ineficiente, vai dificultar o crescimento”, explicou.

O governo estimou que a medida deve gerar R$ 2,14 bilhões para bancar o novo Bolsa Família. A ideia é que o benefício seja lançado em novembro, com a previsão do fim do auxílio emergencial 2021.