O debate em torno das tarifas associadas às compras parceladas no cartão de crédito tem ganhado considerável destaque. Para se ter uma ideia, foi aumentando em mais de seis vezes a sua presença nas discussões.
Essa questão tem levantado preocupações pertinentes, pois o parcelamento agora compõe um impressionante percentual de 75% das transações de crédito. Contudo, os desdobramentos dessa discussão têm potencial para desencadear consequências negativas.
Assim, uma preocupação iminente é que a implementação das novas medidas possa acarretar um aumento nos preços dos produtos e serviços.
As especulações apontam inclusive para a possível eliminação do parcelamento sem juros no cartão de crédito e a aplicação de taxas sobre compras divididas em mais de seis prestações.
Essas propostas têm sido mal recebidas pelo setor comercial, o qual observa que três a cada quatro vendas são efetuadas utilizando essa modalidade de pagamento. A iminente ameaça de aumento nos preços é uma perspectiva inquietante para tanto os consumidores quanto os comerciantes.
Entretanto, é válido ressaltar que, após a reação contrária ao cenário proposto, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, veio a público para esclarecer a postura da instituição. Ele negou categoricamente a ideia de abolir completamente o parcelamento sem juros no cartão de crédito.
Campos Neto enfatiza a intenção de buscar um equilíbrio entre as diferentes perspectivas envolvidas. Visando dessa forma, controlar a utilização excessiva do parcelamento que muitas vezes incorpora taxas de juros desproporcionalmente altas.
Nesse contexto, fica evidente a necessidade de uma abordagem cuidadosamente ponderada, que leve em consideração os interesses de todas as partes envolvidas – desde os consumidores até os estabelecimentos comerciais.
Enfim, quer entender mais sobre os reajustes previstos para o uso do parcelamento no cartão de crédito? Então, continue essa leitura.
Proposta da cobrança de taxas mais altas no parcelamento do cartão de crédito
Assim como mencionamos anteriormente, dentre as questões que estão sendo debatidas e que têm o potencial de impactar diretamente o orçamento das famílias, surge a proposta de implementar tarifas mais elevadas para os comerciantes.
Estabelecendo com isso, preços diferenciados para transações realizadas com cartão de crédito, seja para pagamentos à vista ou parcelados.
Segundo as informações fornecidas pelas associações que compõem as comissões encarregadas de examinar esse tema, essa medida poderia resultar em um aumento significativo, chegando a até 70%, na chamada Tarifa de Intercâmbio (TIC).
A TIC é determinada pelas bandeiras dos cartões e incide sobre as compras realizadas de forma parcelada. Isso acontece especialmente sobre aquelas divididas em mais de seis vezes no cartão de crédito.
Em virtude dessa possível mudança, os empresários se veriam diante da necessidade de encontrar formas de não absorver esse encargo financeiro adicional.
Uma das alternativas seria transferir o custo extra para os consumidores, repassando-o aos preços dos produtos e serviços.
Isso levanta preocupações sobre como essa decisão afetaria o poder de compra das famílias, uma vez que os valores finais das compras poderiam aumentar consideravelmente.
Portanto, a discussão sobre a implementação dessas tarifas mais elevadas para os comerciantes não apenas envolve aspectos econômicos, mas também tem implicações diretas na vida cotidiana das pessoas, influenciando diretamente suas decisões de consumo e suas finanças pessoais.
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Informações adicionais
Na segunda-feira, dia 14, Fernando Haddad expressou sua preocupação quanto aos altos juros do crédito rotativo de cartão.
Ele destacou que a situação atual dessas taxas não é sustentável e anunciou a implementação de medidas para lidar com o problema, estabelecendo um prazo de 90 dias para a resolução dessa questão.
Os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central, referentes a julho, revelam uma ampla gama de taxas praticadas pelas instituições financeiras.
Enquanto algumas cobram uma taxa mensal de 0,63% (equivalente a 7,78% ao ano), outras chegam a aplicar uma taxa exorbitante de 22,05% ao mês (o que representa incríveis 992,43% ao ano). A taxa média de juros do crédito rotativo atingiu 437,3% ao ano no mês anterior, junho.
Essa escalada das taxas do uso do cartão de crédito ocorre devido à natureza dos juros compostos. Esse cálculo, resulta em cobrança sobre os próprios juros acumulados, levando ao aumento exponencial do montante devido.
Haddad enfatizou sua atenção à questão do parcelamento no cartão de crédito sem juros, uma modalidade de pagamento que atualmente representa 75% das transações comerciais.
Essa parcela significativa das compras é isenta de juros adicionais, e o ministro mostrou-se comprometido em manter esse sistema vantajoso para os consumidores.
Enfim, em um cenário onde as taxas de juros do crédito rotativo estão fora de controle, o enfoque na promoção de formas de pagamento mais acessíveis e favoráveis aos consumidores é vital para garantir um ambiente econômico mais equilibrado e justo.