Nos últimos dias, o mercado financeiro começou a considerar a possibilidade de a Petrobras implementar um novo corte no preço da gasolina ainda este ano.
Essa perspectiva não é o cenário predominante entre a maioria dos economistas. Contudo, alguns calculam um potencial impacto negativo de 0,10 a 0,20% na inflação de 2023, dependendo da magnitude do corte, caso venha a ocorrer.
Segundo informações fornecidas pela Abicom, entidade que representa os importadores de combustíveis, há indicativos de uma possível redução nos preços.
Em 19 de outubro, a Petrobras anunciou a última diminuição no preço da gasolina. Assim, antes disso o produto era comercializado no mercado nacional com uma diferença de apenas 2% em relação à paridade internacional.
Contudo, na última sexta-feira, observou-se que o preço praticado aqui se alinhou ao valor do combustível no mercado internacional.
Esses dados sinalizam a dinâmica e a sensibilidade dos preços dos combustíveis no cenário global. Além disso, aponta para ajustes significativos que podem impactar diretamente o consumidor.
Especialistas projetam uma diminuição de 6% no preço da gasolina nas refinarias nesta semana ou na próxima.
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Preço da gasolina: reajustes internacionais podem influenciar mercado brasileiro
Como mencionamos anteriormente, na última sexta-feira, 10, Claudio Schlosser, diretor de comercialização e logística da Petrobras, destacou uma estabilização internacional do preço da gasolina. Com isso, poderia resultar em um novo ajuste de preços no Brasil.
Schlosser ressaltou que a Petrobras já reduziu os preços em outubro, mas não indicou uma iminente diminuição adicional.
O economista Luís Menon, enfatiza a possibilidade considerável de um novo corte nos preços, sugerindo que poderia ocorrer nesta ou na próxima semana.
Ele fundamenta sua análise na redução média de 10% no preço da gasolina internacional desde o último ajuste, aliada à valorização do real.
Menon destaca que já se passou um mês desde a última redução e observa que a Petrobras tem seguido uma periodicidade mensal em seus ajustes de preços.
Segundo as estimativas do economista, existe a possibilidade de um reajuste negativo no preço da gasolina, chegando a até 10%. Assim, implicaria em uma redução de 0,24 ponto percentual na sua projeção para a inflação de 2023, atualmente fixada em 4,65%.
Contudo, Menon destaca que, dadas as flutuações do cenário econômico, um reajuste menor em torno de 5% é mais provável, acarretando um impacto de 0,12 ponto percentual.
Por outro lado, Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, sugere que a defasagem observada no preço da gasolina atualmente não justifica um novo corte.
Todavia, ele ressalta que a manutenção do dólar em relação ao real até o final do ano e estabilização nos preços do petróleo, podem levar a um reajuste negativo de até 5%. Assim, resulta em um impacto de 0,10 ponto percentual na inflação.
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O avanço na produção de petróleo do Brasil
A produção de petróleo no Brasil registrou um significativo aumento de 210 mil barris por dia em setembro, em comparação com o mês anterior. Portanto, alcançou uma média de 3,7 milhões de barris por dia.
Esse aumento foi impulsionado pelos consideráveis avanços na produção de quatro plataformas offshore, além de uma redução nas atividades de manutenção. Assim, essa produção expressiva pode influenciar no preço da gasolina.
Em contrapartida, a produção de gás natural liquefeito (GNL) manteve-se praticamente estável durante o mesmo período.
De acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a tendência é que essa estabilidade perdure ao longo do mês de outubro.
Dessa forma, em setembro, a produção total de combustíveis líquidos no Brasil registrou um aumento significativo, atingindo a marca de 4,4 milhões de barris por dia (bpd).
Desse modo, representa um acréscimo de 210 mil bpd em comparação com o mês anterior.
Esse desempenho estabelece um novo recorde para o país, superando a marca anterior de julho de 2023, quando a produção atingiu 4,3 milhões de bpd.
Os dados divulgados evidenciam o contínuo crescimento e a robustez do setor de combustíveis líquidos no Brasil, o que influencia diretamente no preço da gasolina.
A produção de combustíveis no Brasil não experimentou apenas um aumento em setembro. A Opep também antecipa um aumento significativo no quarto trimestre deste ano, embora os dados ainda não tenham sido divulgados.
As projeções da Opep indicam que a oferta continuará a crescer, e embora os números específicos para o quarto trimestre não tenham sido revelados, a tendência aponta para um aumento constante na produção de combustíveis.
Em resumo, diante da alta produção de petróleo e considerando a diminuição do dólar, a previsão é de que o preço da gasolina continue diminuindo ao longo do tempo.