O Gartner, consultoria especializada em tecnologia, anunciou suas previsões estratégicas para 2023 e os próximos anos. Os principais prognósticos exploram como a tecnologia da informação (TI) vai impactar as empresas e seus negócios em uma sociedade cada vez mais digital. Confira.
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Inteligência Artificial é poluente?
Até 2025, sem práticas sustentáveis, a Inteligência Artificial (IA) consumirá mais energia do que a força de trabalho humana, compensando significativamente os ganhos de carbono zero. Conforme a IA se torna cada vez mais difundida e requer modelos de aprendizado de máquina (ML) mais complexos, mais essas tecnologias consomem dados, recursos de computação e energia.
Se as práticas atuais de IA permanecerem inalteradas, a energia necessária para as ações associadas a estes sistemas poderá representar, até 2030, cerca de 3,5% do consumo global de eletricidade. No entanto, à medida que os profissionais de Inteligência Artificial se tornam mais conscientes de sua crescente pegada energética, estão surgindo práticas sustentáveis de Inteligência Artificial, como o uso de hardware especializado para reduzir o consumo de energia, codificação com eficiência energética, aprendizado de transferência, técnicas de small data, aprendizado federado e muito mais.
Segundo o Gartner, desde que seja aplicada de forma mais abrangente e eficaz do que hoje, a Inteligência Artificial poderia reduzir as emissões globais de dióxido de carbono de 5% a 10%.
Segurança da informação
Até 2026, os ataques de negação de serviço realizados por cidadãos (cDOS) com o uso de assistentes virtuais para encerrar operações poderão se tornar uma forma de protesto mais frequente. O Gartner prevê que até 2025, 37% dos consumidores tentarão usar um assistente virtual para interagir com o atendimento ao cliente em seu nome enquanto aguardam uma resposta, por exemplo. Essas interações legítimas utilizando esse recurso abrirão caminho para protestos. Até 2024, os cidadãos podem, até mesmo, afetar um contact centers de instituições bilionárias por meio desses ataques.
Ecossistemas de nuvem
Até 2025, os ecossistemas de nuvem consolidarão o cenário de fornecedores em 30%, deixando os clientes com menos opções e menos controle sobre o destino de seu software. Isso acontece porque maiores provedores de serviços em nuvem estão criando ecossistemas pelos quais eles e os fornecedores de software independentes oferecem serviços pré-integrados e compostos.
Os ecossistemas destes serviços em nuvem oferecem o potencial para ganhos de produtividade significativos a partir do fornecimento simplificado, integração e composição de componentes de software. Conforme amadurecem, a necessidade de ferramentas de integradores e terceiros diminui, porque os fornecedores podem lançar recursos mais rapidamente e, assim, se tornarem seguidores rápidos da inovação devido à velocidade e agilidade do desenvolvimento em ambientes Cloud.
Regulamentação da nuvem
Até 2024, regulações aumentarão a confiança nas marcas globais de nuvem. À proporção que as sociedades se tornam cada vez mais globalmente interconectadas e dependentes de informações digitais, mais regulamentações e legislações surgem para controlar e proteger os cidadãos e garantir a disponibilidade contínua de serviços críticos. Especificamente, governos e reguladores comerciais estão endurecendo as políticas em relação ao uso de provedores de nuvem não regionais para cargas de trabalho essenciais ou confidenciais.
A consultoria lembra que, devido aos recentes eventos geopolíticos e o impacto direto que as sanções podem ter, a demanda por soluções completas de nuvem está evoluindo.
Investimentos especulativos
Até 2025, a aceitação dos acionistas de investimentos especulativos dobrará, tornando-os uma alternativa viável aos gastos tradicionais em P&D para acelerar o crescimento. Para encontrar vantagens em meio à incerteza e volatilidade, os líderes do setor estão aceitando cada vez mais aplicações em tecnologia de alto risco com retornos pouco conhecidos e possíveis falhas, também denominados como “moonshots”.
Segundo o Gartner, as “empresas vencedoras” aprenderam que a ameaça que enfrentam é “fazer muito pouco e tarde demais”. Adotar abordagens como os moonshots permite que as organizações maximizem sua vantagem contra a disrupção, ajustando seu apetite ao risco e aumentando sua tolerância a falhas.