Você sabia que há mulheres bem famosas por seu trabalho no surrealismo?
Fundado em 1924 pelo escritor e poeta André Breton, o grupo surrealista era composto por artistas escolhidos pelo próprio artista.
Entretanto, as ideias do movimento, que se concentravam em expor o subconsciente por meio de exercícios como o desenho automático, não se restringiam aos poucos selecionados que Breton caprichosamente favorecia ou rejeitava. Sua influência era mundial e encontrou seus postos avançados mais fortes no México, nos Estados Unidos, na Europa e no norte da África.
Devido à reputação do surrealismo como uma disciplina masculina, as artistas femininas são frequentemente excluídas de sua história. Mas curiosamente há mulheres ícones desse estilo de arte. Listamos três delas para você conhecer.
Leonor Fini
Leonor Fini nasceu na Argentina, mas passou a juventude em Trieste, Itália. Fini se deixou levar pela ideia do andrógino, com o qual ela se identificou. A saber, seu estilo de vida estava de acordo com sua abordagem não convencional de gênero.
O trabalho de Fini frequentemente apresentava protagonistas femininas em posições de domínio. A artista ilustrou ficção erótica, assim como desenhou figurinos para as peças de seus amigos. Ela também desenharia seus próprios trajes para eventos sociais.
Sua autoimagem, muitas vezes exagerada, foi fotografada por alguns dos fotógrafos mais conhecidos da época, incluindo Carl van Vechten.
Talvez o maior sucesso comercial de Fini tenha sido o design do frasco de perfume para o perfume “Shocking” de Elsa Schiaparelli. A garrafa foi feita para parecer o torso nu de uma mulher; o design se reproduziu por décadas.
Dorothea Tanning
Dorothea Tanning nasceu em 1911 e cresceu em Galesburg, Illinois, filha de imigrantes suecos. Sufocado por uma infância rígida, o jovem Tanning fugiu para a literatura, conhecendo o mundo das artes e letras europeias através dos livros.
Confiante de que estava destinada a se tornar uma artista, Tanning saiu do Art Institute of Chicago para morar em Nova York. MoMA’s 1937 “Fantastic Art, Dada, and Surrealism” cimentou seu compromisso com o surrealismo. Só anos depois ela se aproximou de alguns de seus personagens principais, quando muitos se mudaram para Nova York para escapar da crescente hostilidade na Europa devido à Segunda Guerra Mundial.
A produção de Tanning variou bastante, já que sua carreira durou cerca de oitenta anos. Embora mais conhecida por suas pinturas, a artista também se dedicou ao figurino, escultura, prosa, assim como a poesia.
Ela tem um grande corpo de trabalho que consiste em esculturas humanóides de pelúcia, que ela era conhecida por usar em instalações ao longo dos anos 1970. Morreu em 2012 aos 101 anos.
Leonora Carrington
Leonora Carrington nasceu no Reino Unido em 1917. Frequentou brevemente a Chelsea School of Art, depois transferiu-se para a Ozenfant Academy of Fine Arts de Londres. Ela conheceu Max Ernst em seus vinte e poucos anos e logo se mudou com ele para o sul da França. Ernst foi preso pelas autoridades francesas por ser um “estrangeiro hostil” e mais tarde pelos nazistas por produzir arte “degenerada”.
Seu único meio de escapar era se casar, então a artista se casou com um diplomata mexicano e partiu para os Estados Unidos, onde se reuniu com muitos dos surrealistas exilados em Nova York. Ela logo se mudou para o México, onde ajudou a fundar o Movimento de Libertação das Mulheres e, finalmente, passou o resto de sua vida.
O trabalho de Carrington centra-se em símbolos de misticismo e feitiçaria e frequentemente lida com imagens recorrentes significativas. Carrington também escreveu ficção, incluindo The Hearing Trumpet (1976), pela qual tem mais reconhecimento.
E então, gostou de conhecer essas três referências femininas do surrealismo?
Não deixe de ler também – Frida Kahlo: Conheça vida e obra da precursora da arte feminista