A aposentadoria no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é o sonho de muitos trabalhadores brasileiros. No entanto, nem todos conseguem alcançar o valor máximo pago pela Previdência Social ao terem sua aposentadoria concedida.
Com as mudanças trazidas pela reforma da Previdência, a situação se tornou ainda mais desafiadora. Neste artigo, vamos entender os motivos dessa disparidade e descobrir em quais situações é possível receber o valor máximo.
A disparidade na Aposentadoria do INSS
Existem diversos fatores que contribuem para a disparidade nos valores das aposentadorias concedidas pelo INSS. Além das alterações na fórmula de cálculo, a utilização de diferentes índices de correção monetária ao longo dos anos resultou em um descompasso entre o valor das contribuições realizadas pelo segurado e o valor que ele pode receber como benefício. Porém, em algumas situações, é possível alcançar o valor máximo pago pelo INSS.
Antes de adentrarmos nos detalhes, é importante entender como é calculado o valor da aposentadoria. Em geral, o benefício corresponde a 60% da média salarial para quem possui o tempo mínimo de contribuição, que é de 15 anos para mulheres e 20 anos para homens, com um acréscimo de 2% para cada ano adicional de contribuição.
A Média-Teto e suas variações
Quem contribui para o INSS sobre o teto durante toda a vida laboral e se aposenta com 35 anos de contribuição, no caso das mulheres, e 40 anos de contribuição, no caso dos homens, recebe o que os especialistas chamam de média-teto. Atualmente, esse valor está em R$ 6.953,83, porém, é importante ressaltar que esse montante varia mensalmente de acordo com a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para receber o teto do INSS, é necessário que o segurado tenha um índice de cálculo do benefício previdenciário de 100% sobre sua média salarial. Esse índice é calculado levando em consideração o número de anos de contribuição.
De acordo com cálculos realizados por especialistas, para receber o teto do INSS, um homem precisaria ter um índice de 108% sobre sua média salarial, o que significa ter contribuído com a Previdência por pelo menos 44 anos. No caso das mulheres, o índice seria de 106%, o que equivale a 38 anos de contribuição.
Os desafios da Nova Fórmula de Cálculo
A nova fórmula de cálculo das aposentadorias implementada após a reforma da Previdência tornou mais difícil alcançar o teto do INSS. Agora, para receber o valor máximo, é necessário ter um tempo significativo de contribuição após julho de 1994. Por exemplo, um homem com 45 anos de contribuição receberá 110% da média de seus salários de contribuição.
No entanto, é importante destacar que há diversas variantes que podem interferir no valor final da aposentadoria. Isso inclui em qual regra de transição o segurado se encontra em 2023 e se ele já tinha direito ao benefício em 2019, quando a reforma da Previdência entrou em vigor.
Além disso, existe a possibilidade de revisão da vida toda, que permite a inclusão de contribuições anteriores a 1994, em outras moedas e com outros índices de correção.
Como comprovar mais tempo de contribuição?
Além do emprego formal como profissional com carteira assinada ou como autônomo, existem outras situações em que é possível comprovar mais tempo de contribuição junto ao INSS. Vejamos algumas delas:
- Tempo de aluno-aprendiz: Se o aluno recebia alguma contrapartida, mesmo que não fosse em dinheiro, em um curso profissionalizante, é possível incluir esse tempo na contagem da aposentadoria. O mesmo vale para bolsistas e seminaristas.
- Serviço militar: O período em que o segurado esteve nas Forças Armadas conta como tempo de contribuição.
- Trabalho temporário: Se o segurado realizou algum trabalho temporário, é possível incluir esse período na contagem da aposentadoria. Essa informação pode ser encontrada nos carimbos da carteira de trabalho, na parte das anotações gerais.
- Atividade especial: Caso o segurado tenha exercido atividades consideradas especiais, esse período pode ser incluído na contagem da aposentadoria. No entanto, essa regra só é válida para atividades realizadas até a reforma da Previdência, em novembro de 2019.
- Pagamentos como contribuinte individual ou facultativo: Se o segurado fez contribuições por meio de carnê ao INSS em algum período, ou se pagou o INSS como facultativo, esse tempo também pode ser considerado na aposentadoria, mesmo que seja por alguns meses.
- Trabalho em serviço público: Períodos curtos de trabalho como servidor público podem ser comprovados por meio da Certidão de Tempo de Contribuição (CTC). Isso é especialmente relevante para profissionais que migraram do setor público para o setor privado.
- Trabalho rural com menos de 12 anos de idade: A atividade no campo, mesmo com idade inferior a 12 anos, pode ser computada na contagem da aposentadoria. É necessário apresentar provas, como registro em sindicato ou cooperativa rural, entre outros documentos.
- Trabalho urbano com menos de 16 anos de idade: Quem trabalhou antes de completar 16 anos em atividade remunerada pode incluir o tempo na contagem do INSS. Desde 2019, o trabalho na infância ou adolescência também conta na aposentadoria. Para isso, é preciso apresentar provas da atividade, como recibos de pagamentos e até fotografias da época.
- Período de trabalho reconhecido na Justiça: Caso o trabalhador tenha ganhado uma ação trabalhista que aumentou o tempo do contrato ou reconheceu um vínculo empregatício, esse período também entra na contagem da aposentadoria.
- Período de recebimento de benefício por incapacidade: Se o trabalhador esteve afastado pelo INSS, mesmo que seja por um curto período, recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, esse período precisa constar no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Se não estiver registrado, é possível incluí-lo, desde que o período de afastamento esteja intercalado entre contribuições.
Simulando o valor da Aposentadoria
O valor exato da aposentadoria do INSS só é conhecido após o segurado obter o benefício. No entanto, é possível fazer uma simulação aproximada por meio do aplicativo ou site “INSS“. Essa ferramenta permite verificar se o segurado já possui direito ao benefício e, caso não possua, informa quanto tempo falta para atingir uma das regras de transição.
Para utilizar o serviço, é necessário ter um cadastro no portal “Gov.br”. Após acessar o “Meu INSS”, basta procurar pela opção “Simular Aposentadoria” e preencher as informações solicitadas. A ferramenta apresentará um documento de simulação com os dados e regras aplicáveis ao segurado.
Solicitando a Aposentadoria no INSS
Para solicitar a aposentadoria no INSS, o segurado pode utilizar o aplicativo ou site “Meu INSS”. Basta acessar a plataforma com o login e senha do portal “Gov.br” e selecionar a opção “Pedir Aposentadoria” na aba “Benefícios”. Em seguida, escolha o tipo de aposentadoria desejada e siga as instruções apresentadas.
Serão solicitados dados pessoais e informações sobre o tempo de contribuição. Além disso, será necessário anexar documentos que comprovem o direito à aposentadoria. Após revisar e confirmar os dados, basta finalizar o pedido.
A aposentadoria no INSS é um direito importante para os trabalhadores brasileiros. Entender as regras e possibilidades é fundamental para garantir um benefício justo e adequado às necessidades de cada segurado. Portanto, esteja sempre atualizado e informado sobre as mudanças e oportunidades relacionadas à aposentadoria no Brasil.