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Após reunião, servidores do INSS tomam NOVA decisão sobre greve nas agências

Mais uma vez, representantes do governo federal e dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se reuniram na sexta-feira (9). O encontro serviu para tentar encontrar uma solução para a greve nacional que está sendo registrada desde o meio do mês passado.

Mas assim como todas as outras tentativas de negociação, mais uma vez o encontro terminou sem avanços. Isso quer dizer que os servidores do INSS decidiram que a greve nacional que atinge agências em quase todo o país segue de pé.

De acordo com as informações de bastidores, representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos propôs uma reestruturação das carreiras do Instituto.  Também foi discutido reajuste salarial de 33% até 2026, além da valorização da carreira de técnico do seguro social.

O que disse o governo após a reunião

“A proposta garante ganho acumulado de 2023 a 2026 de 28,3% para os níveis superior e intermediário e de 24,8% para o nível auxiliar. Foi reafirmado que o prazo final para fechamento de acordo é a próxima sexta-feira, dia 16”, disse o Ministério. 

O que disseram os servidores após a reunião

“O governo apresenta uma alteração ali na tabela, mas sem impacto financeiro. No final, acaba sendo menor do que apresentada na mesa anterior. É uma mesa para discutir carreira e salário, e ele simplesmente se recusa a discutir carreira e continua descumprindo o acordo de greve de 2022. Então, não tem acordo”, disse Thaize Antunes, diretora da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps).

As instituições que participam do movimento são:

  • Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps);
  • Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT);
  • Sindicato dos Servidores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência no Distrito Federal (Sindsprev/DF);
  • Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal e Federação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef/Fenadsef);
  • Sindicato dos Trabalhadores do Seguro e Previdência Social no Estado São Paulo (SINSSP-BR); e
  • Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Rio Grande do Sul (Sindisprev-RS).

Negociações têm prazo

De acordo com informações de bastidores, o governo federal deu um ultimato: qualquer resultado de negociação precisará ser feito até o próximo dia 16 de agosto. Depois dessa janela, não haverá mais discussões em torno de melhorias salariais para esse grupo de trabalhadores federais.

Existe um motivo para o estabelecimento desse prazo. Pelas regras legislativas, o governo federal tem até o próximo dia 31 de agosto para enviar o seu plano de orçamento ao congresso nacional. Esse é o documento que estabelece todas as previsões de gastos do poder executivo no ano de 2025.

Qualquer acordo feito entre o governo e os servidores sobre possíveis aumentos salariais deverá estar presente no plano de orçamento que será enviado ao congresso. Caso contrário, não será possível mas dar nenhum tipo de aumento.

Governo tem até 31 de agosto para enviar plano de orçamento ao congresso nacional. Imagem: Fábio Rodrigues/ Agência Brasil

O temor do governo federal sobre a greve do INSS

De acordo com informações de bastidores, existe uma avaliação dentro do governo federal de que se essa paralisação começar a ganhar muita adesão, poderá prejudicar o trabalho de pente-fino do Instituto Nacional do Seguro Social.

Este pente-fino foi anunciado recentemente pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). De acordo com ele, a medida vai ajudar a equilibrar as contas públicas. Ele acredita que muitas pessoas estariam recebendo benefícios previdenciários mesmo sem obedecer as regras básicas.

Caso a greve ganhe muita adesão, faltariam servidores para realização desse pente-fino, o que poderia consequentemente atrasar todo o desenvolvimento da revisão e do equilíbrio das contas públicas.

Ainda não se sabe ao certo quando será a próxima rodada de negociações do governo federal com os representantes dos servidores.