Os garis da cidade de São Paulo decidiram voltar ao trabalho nesta quarta-feira (9). De acordo com as informações oficiais, eles fizeram uma paralisação de cerca de 24 horas para pedir prioridade na fila de vacinação contra a Covid-19 para a categoria.
De acordo com as informações da Prefeitura da cidade, todo o processo de varrição de ruas ou mesmo de coleta de lixo se normalizou ainda na madrugada desta quarta-feira (9). Os garis, no entanto, não descartam uma nova paralisação a qualquer momento.
Sem falar em datas, o Sindicato que representa a categoria afirma que essa nova paralisação pode acontecer principalmente porque a Prefeitura não teria respondido ao pedido desses profissionais. Eles alegam que precisam da vacina porque estão em contato direto com outras pessoas todos os dias.
Os profissionais de limpeza fizeram parte do grande grupo de trabalhadores que não parou de trabalhar durante a pandemia do novo coronavírus. E vale lembrar que essa não foi apenas uma realidade da cidade de São Paulo. Foi assim em todos os lugares do Brasil.
Um dos grandes pontos de reclamação é que outras categorias fizeram paralisações para pedir pela vacina e foram atendidas. Foi o caso, por exemplo, dos metroviários e dos caminhoneiros. Em resumo, os garis acreditam que precisam ter esse mesmo nível de direito.
Versão da Prefeitura
Em nota, o Sindicato que representa os garis disse que não teve um retorno da Prefeitura. No entanto, o Governo Municipal alega que atendeu a demanda. Apenas disse que não pode fazer nada sobre o assunto no momento. Pelo menos essa é a versão do Prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Em entrevista para a imprensa local, Ricardo disse que a greve o pegou de surpresa e falou que os trabalhadores acabaram burlando a lei que exige que os sindicatos avisem ao poder público antes dessas manifestações. Sobre a vacina, ele culpou o Governo Federal pela demora.
De acordo com Nunes, os garis estão dentro da fase de prioridade do Plano Nacional de Imunização (PNI). No entanto, ainda segundo ele, ainda não há doses suficientes para essa classe trabalhista. Por isso, eles ainda não começaram o processo de imunização.
Trabalhadores com Covid-19
Os profissionais de limpeza estão entre os trabalhadores que mais morreram de Covid-19 no Brasil até hoje. Pelo menos é isso o que os dados oficiais dizem. De acordo com as informaçõs do próprio Governo do estado de São Paulo, a maioria das pessoas que estão morrendo com a doença são justamente as que ganham menos.
Há portanto uma divisão social forte nas vítimas da Covid-19. De acordo com os dados, chama atenção os altos números de mortes de pedreiros, diaristas e motoristas de aplicativos no estado desde o início da pandemia por lá. Eles lideram a lista de vítimas fatais.
De acordo com os principais especialistas, isso acontece principalmente porque a grande parte dessas pessoas tiveram justamente que sair para trabalhar no meio da pandemia. Se eles não saíssem, provavelmente perderiam o emprego. E por isso eles tiveram uma chance maior de contaminação. É portanto esse o medo dos profissionais de limpeza neste momento.