Após discurso de Lula, Bolsonaro usa máscara em evento e muda o tom sobre vacinas contra Covid-19
Poucas horas após o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) fazer críticas ao governo Bolsonaro em relação ao combate à pandemia de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou sua postura habitual ao comparecer a um evento usando máscara de proteção e reforçar o discurso pró-vacina.
“Fomos e somos incansáveis no combate à pandemia de coronavírus”, disse Bolsonaro na tarde de quarta (10), em evento no Palácio do Planalto para sancionar leis que ampliam a compra de vacinas contra Covid-19.
Ao contrário do que costumam fazer, na cerimônia, todos os ministros participantes e o presidente utilizaram máscaras de proteção, assim como Lula fez horas antes em discurso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo, na Grande São Paulo.
A última vez que Bolsonaro havia participado de um evento com máscara havia sido no dia 03 de fevereiro. De lá para cá, foram 36 eventos oficiais em diversas cidades, entre solenidades, encontros com embaixadores, audiências e formaturas, e em todos o presidente não usou o equipamento de proteção.
Bolsonaro só tirou a máscara para discursar. Assumindo a mudança de tom em relação às vacinas contra Covid-19, o presidente falou sobre as ações do governo federal para comprar os imunizantes.
Ainda sem acompanhar a mudança do pai, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), irritado com cobranças por não usar máscara contra Covid-19 durante viagem oficial a Israel, disse ‘enfia no rabo’ aos críticos que cobraram o uso da proteção facial.
De máscara, Bolsonaro muda tom sobre vacinas
Durante a pandemia, o presidente Bolsonaro disse que não tomaria vacina e criticou imunizantes como a CoronaVac, do Instituto Butantan, e a vacina da Pfizer/Biontech em mais de uma oportunidade, chegando a falar que quem tomasse a vacina da Pfizer corria risco de ‘virar jacaré’.
No entanto, o tom do discurso mudou recentemente e, na cerimônia para sancionar a compra de vacinas, Bolsonaro citou os esforços do governo federal para adquirir imunizantes.
“Em junho de 2020, assinamos o primeiro acordo com a AstraZeneca”, afirmou o presidente. “Agosto de 2020, dispensamos R$ 2 bilhões para que as vacinas chegassem da Fiocruz, totalizando 100 milhões de doses. Em dezembro de 2020, [assinamos] uma Medida Provisória para que fossem dispensados R$ 20 bilhões para nossa população com vacinas.”, completou.
Após o discurso do Lula, em que o ex-presidente citou a importância da vacinação e das medidas sanitárias contra Covid-19, os filhos de Bolsonaro também passaram a adotar um tom diferente sobre os imunizantes.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) chegou a postar em rede social que “Nossa arma é a vacina” e foi lembrado pelos internautas das vezes que o governo questionou a eficácia dos imunizantes para enfrentar a pandemia.