O Pix, sistema de transferências instantâneas do Banco Central, foi lançado em 2020, revolucionando a maneira com que se usa o dinheiro no Brasil. A ferramenta tornou-se muito popular por proporcionar transações gratuitas e instantâneas, fazendo com que outros meios de transferências bancárias, como o DOC, caíssem em desuso.
Nesse sentido, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) anunciou o fim do DOC, de forma gradual, sendo que o serviço não será mais oferecido a partir de 1º de março de 2024. No entanto, o Santander já extingiu antecipadamente esse método de transferências bancárias.
A instituição financeira já havia anunciado o fim do DOC no final de julho, com previsão de encerramento para setembro, entretanto, a decisão foi antecipada. Sendo assim, o Santander enviou uma notificação aos clientes, informando que agora as transferências podem ser feitas via Pix ou TED.
“O serviço de DOC acabou”, informou o banco. “O DOC foi descontinuado. Agora, suas transferências podem ser feitas por Pix ou TED“, completou. Na rede social X (antigo Twitter), a notícia gerou repercussão, com diversas publicações a respeito do assunto.
O Banco Central criou o DOC (Documento de Ordem de Crédito) em 1985. A transferência através desse documento ocorre de um dia para o outro, com limite de R$ 4.999,99. Dessa forma, o dinheiro cai na conta do destinatário no dia útil seguinte, ou dois dias úteis depois, caso a transação tenha sido feita após às 22h, ou em finais de semana e feriados.
O Pix se popularizou muito no Brasil nos últimos anos, superando todas as outras formas de pagamento. Com relação ao DOC, a Febraban realizou um levantamento com dados do BC, demonstrando que o Documento de Ordem de Crédito teve apenas 59 milhões de operações em 2022, o que representa 3,7% do total no país.
Confira a seguir o ranking do número de transações realizadas em 2022 por diferentes métodos, assim como os valores movimentados:
Vale destacar que o Pix, apesar de ganhar no número de transações, fica atrás do TED na quantidade de dinheiro movimentado.
Com esse grande crescimento do Pix, os cartões agora possuem um grande concorrente nas formas de pagamento utilizadas pelos brasileiros. Sendo assim, tudo indica que o uso de cartões será menor ao longo do tempo, enquanto o Pix deve continuar ganhando espaço.
Além disso, o cartão de débito é o mais afetado pelo crescimento do Pix. Segundo dados da Abecs, a modalidade de débito demonstrou uma queda de 3,3% no montante de valores transacionados neste primeiro semestre de 2023. A tendência é que essa queda continue aumentando.
Apesar do cartão de débito ser o mais afetado inicialmente, o Pix também pode acabar diminuindo o uso do cartão de crédito, com o lançamento de novas funções de crédito da ferramenta de transferências instantâneas.