Os motoristas que utilizam gasolina receberam uma grande notícia nesta semana. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio nacional do combustível caiu 0,35%, passando de R$ 5,76 para R$ 5,74 no país.
Embora o recuo tenha sido de apenas dois centavos, o resultado foi comemorado pelos brasileiros, ainda mais por ter sido a oitava semana consecutiva de queda nos valores do combustível. Contudo, todos esses recuos não conseguiram eliminar a alta acumulada nas semanas anteriores.
A saber, o combustível acumulou uma queda de 14 centavos nas oito semanas de queda. Com isso, eliminou apenas uma parte do avanço acumulado nas três semanas anteriores, de 36 centavos. Em outras palavras, os motoristas estão pagando mais barato que há oito semanas, mas as quedas precisam ficar mais intensas para eliminar toda a alta observada nas semanas anteriores.
Petrobras reduz gasolina para distribuidoras
As quedas nos preços da gasolina poderão ficar mais intensas nas próximas semanas no país. Isso porque a Petrobras anunciou uma redução de 12 centavos no valor do litro do combustível comercializado para as distribuidoras.
Com isso, o litro da gasolina caiu de R$ 2,93 para R$ 2,81. Aliás, os novos valores do combustível começaram a valer no país desde o último sábado (21).
Vale destacar que os preços nos postos de combustíveis são bem mais altos que os das distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra. Portanto, a população deve pesquisar os preços mais econômicos para não pagar mais caro pelo combustível.
Por que a gasolina ficou tão cara em agosto?
No dia 16 de agosto, a Petrobras elevou em 16,3% o valor da gasolina comercializada para as distribuidoras do país. Esse foi o primeiro aumento no valor da gasolina em quase sete meses. Inclusive, mesmo com o acréscimo deste reajuste, a gasolina vendida para as distribuidoras do país continuou mais barata que em 2022.
Em suma, no final do ano passado, o litro do combustível estava custando R$ 3,08. Já em agosto deste ano, o reajuste da Petrobras fez o litro do combustível subir de R$ 2,52 para R$ 2,93, uma alta de 41 centavos, mas ainda abaixo do valor de dezembro de 2022. Agora, os preços voltaram a cair, para R$ 2,80, mas a gasolina está mais cara que em 2022.
Na última semana de 2022, o preço médio do litro da gasolina estava custando R$ 4,96 no país. Isso quer dizer que o valor registrado na semana passada estava 78 centavos mais caro do que no ano passado.
Entre os estados, os maiores avanços foram observados em:
- Amazonas: R$ 1,50;
- Rondônia: R$ 1,39;
- Sergipe: R$ 1,24;
- Amapá: R$ 1,14;
- Pará: R$ 1,10;
- Mato Grosso do Sul: R$ 1,03;
- Paraíba: R$ 1,02.
Impostos encarecem a gasolina em 2023
Em resumo, a gasolina começou a ficar mais cara no Brasil em março, quando o Governo Federal voltou a cobrar parte das alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidiam sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural. O governo havia prorrogado a isenção desses impostos por dois meses, entre janeiro e fevereiro.
Em junho, os motoristas tiveram mais uma péssima notícia. O Ministério da Fazenda aprovou uma mudança em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis, elevando o preço da gasolina.
Antes, os estados definiam as alíquotas de ICMS que iriam incidir sobre o litro da gasolina. No entanto, a partir de junho, houve a “unificação” da alíquota em todo o país, e o ICMS passou a ser de R$ 1,22 sobre o litro do combustível. Isso foi muito ruim para os brasileiros, pois a maioria dos estados aplicava alíquotas menores que R$ 1,22.
Já em julho, os preços da gasolina subiram novamente devido à reoneração dos combustíveis. Em suma, o governo Lula (PT) retomou a cobrança integral de tributos federais PIS/Pasep e Cofins sobre a gasolina e o etanol no início deste mês, após prorrogar por mais quatro meses a desoneração parcial sobre esses combustíveis, até o final de junho.
Estados com os maiores preços do país
Na semana passada, o preço da gasolina caiu em quatro regiões brasileiras, com destaque para o Norte, onde o combustível ficou nove centavos mais caro. O Centro-Oeste foi a única exceção, registrando uma alta de seis centavos na semana.
Além disso, a ANP revelou que o preço médio da gasolina caiu em 17 das 27 unidades federativas (UFs). Os grandes destaques da semana foram Amazonas e Rio Grande do Norte, onde os valores caíram 42 e 12 centavos, respectivamente. Os demais recuos oscilaram entre um e sete centavos.
Em contrapartida, os valores subiram em sete UFs, destacando-se o Mato Grosso do Sul, onde o combustível ficou 18 centavos mais caro. Os outros avanços variaram entre um e seis centavos.
Após essas oscilações, os estados que comercializaram a gasolina com os preços médios mais altos do país foram:
- Acre: R$ 6,77;
- Rondônia: R$ 6,48;
- Amazonas: R$ 6,10;
- Sergipe: R$ 6,07;
- Bahia: R$ 6,04.
Em síntese, estes foram os únicos locais a apresentarem preços superiores a R$ 6,00. Isso quer dizer que os motoristas destes locais sofreram com os valores mais elevados do país, por isso, tiveram que pagar mais caro para abastecerem seus veículos com gasolina.
Por fim, vale destacar que a ANP coleta os preços praticados em milhares de combustíveis em todo o país desde 2004 e divulga semanalmente os preços médios da gasolina, do etanol e do diesel em cada região brasileira, bem como em cada estado e sua respectiva capital.