Os analistas do mercado financeiro estão cada vez mais otimistas em relação ao desempenho da atividade econômica brasileira neste ano. As novas projeções para a inflação do Brasil em 2023 são as mais positivas já registradas no ano.
De acordo com o relatório Focus, que traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país, a inflação no Brasil deverá ficar em 4,84% neste ano.
A taxa recuou levemente em relação à semana anterior (4,90%), sendo esta a décima queda em 11 semanas. Aliás, essa foi apenas a quarta semana em 2023 que os analistas projetaram uma taxa inflacionária menor que 5,00%. Em todo o primeiro semestre, as estimativas superaram essa faixa.
Em resumo, o termo inflação se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) coleta as variações dos preços e as divulgada mensalmente, e o mercado fica atento a esses dados para atualizar as previsões.
A desaceleração da inflação nos últimos meses deu confiança aos analistas para reduzirem as projeções em reação a 2023. A taxa inflacionária perdeu força com mais intensidade desde a entrada em vigor da nova política de preços da Petrobras, que surpreendeu parte do mercado.
Em 16 de maio, a companhia anunciou a mudança em sua política de preços. Além disso, a Petrobras também anunciou a redução dos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha no mesmo dia. Segundo a companhia, os reajustes estavam ocorrendo devido à mudança da política de preços.
Em meados de junho, a Petrobras promoveu mais uma redução no preço da gasolina, dessa vez de 4,3%. Já no dia 1º de julho, a Petrobras reajustou novamente o valor da gasolina, em 5,3%, e reduziu o valor do gás de cozinha em 3,9%.
Todos esses reajustes ajudaram os analistas a reduzirem as suas projeções para a inflação, uma vez que os combustíveis exercem um grande impacto na taxa inflacionária do país. Como a expectativa é de queda nos preços, a inflação também deve perder força no Brasil.
O Banco Central (BC), responsável pelo relatório Focus, divulgou as novas estimativas dos analistas nesta terça-feira (25). Cabe salientar que, mesmo com a desaceleração, as projeções para a inflação continuam acima da meta para este ano. No entanto, a taxa nunca havia chegado tão perto da inflação quanto dessa vez.
Em suma, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,75% e 4,75%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,25%.
Como visto no relatório Focus, os analistas ainda não acreditam que o Brasil cumprirá a meta, apesar das recentes reduções. Caso isso realmente aconteça, a inflação irá estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo, ou seja, os preços de produtos e serviços vão subir mais do que deveriam mais uma vez.
A saber, o Conselho Monetário Nacional, que define a mata inflacionária do país, é composto por:
O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Nesta semana, o mercado manteve estáveis as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, em 2,24%.
A decisão da Petrobras não ajudou apenas a controlar a inflação do país, mas também a impulsionar as estimativas para o PIB brasileiro em 2023. Ainda assim, o crescimento do PIB do Brasil deverá ser menor que o registrado no ano passado.
Para 2024, as projeções também se mantiveram estáveis, em 1,30%. Em síntese, o PIB brasileiro deverá crescer com menos intensidade em 2023 e 2024, em relação aos últimos anos, por causa dos impactos provocados pela pandemia da covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, cujos desafios ainda são presentes em todo o mundo.
Por fim, os analistas mantiveram estáveis as estimativas para a taxa Selic, em 12,00% neste ano. Já para 2024, os juros deverão encerrar o ano em 9,25%, patamar ainda elevado e que continuará afetando a renda dos brasileiros, reduzindo o poder do consumidor.