Economia

AMERICANAS em ALERTA, mais uma loja é FECHADA em meio a grande crise

A empresa Americanas, uma das principais vendedoras do país, teve o encerramento de mais uma de suas filiais em um centro comercial. Neste caso, foi a unidade localizada no Shopping Plaza Sul, situado em São Paulo, que finalizou suas operações. De acordo com a empresa, a decisão de fechamento ocorreu devido a divergências relacionadas ao processo de recuperação financeira da organização.

A difícil situação enfrentada pela Americanas não teve início com o fechamento da loja administrada pela Aliansce Sonae + brMalls. Durante os meses de janeiro a abril deste ano, a empresa teve o fechamento de 29 lojas devido às adversidades financeiras que enfrenta.

A situação chamou a atenção da Câmara dos Deputados, que estabeleceu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso e apurar possíveis responsabilidades. A seguir, será abordada uma compreensão mais detalhada dos eventos recentes envolvendo essa reconhecida rede de lojas.

Disputa judicial e despejo

Conforme relatos do jornal O Globo, a expulsão da filial da Americanas no Plaza Sul decorreu de uma determinação da 36ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo. O órgão deliberou que as ações de despejo movidas antes do início do processo de recuperação financeira da varejista não são suspensas.

Além disso, de acordo com o colunista Lauro Jardim, existem mais oito processos de despejo baseados na mesma argumentação movidos pela Aliansce Sonae + brMalls, a empresa responsável pelo empreendimento. Em comunicado, a rede de lojas confirmou o encerramento da unidade no Shopping Plaza Sul.

A Americanas está adotando as devidas providências legais e ressalta que o processo de recuperação financeira impede o pagamento de obrigações. Isso, cuja origem seja anterior ao início do pedido realizado, como é o caso dos aluguéis objeto de cobrança para o imóvel em questão.

Foram 29 lojas, com um total de 5 mil cargos extintos em 2023

A empresa agora conta com uma redução de 5.025 colaboradores. No momento em que entrou em processo de recuperação financeira, a varejista possuía 43.123 funcionários. Até o dia 21 de maio, o quadro de funcionários estava composto por 38.098 indivíduos. As desvinculações englobam demissões por parte da empresa e por iniciativa dos próprios funcionários.

Adicionalmente, a empresa registrou uma perda de aproximadamente 3,2 milhões de clientes. A base de clientes ativos da varejista decresceu de 48,3 milhões em janeiro para 45,1 milhões em abril.

A capacidade operacional dos armazéns da empresa foi reduzida pela metade. Em abril, a ocupação dos depósitos de estoque alcançou 54%, um valor superior ao registrado em março, quando chegou a 43%. Em maio de 2022, a ocupação situava-se em 73%.

Os investimentos da companhia sofreram uma diminuição superior a 90%. Em dezembro de 2022, o investimento totalizou R$ 177 milhões, caindo para R$ 7,2 milhões em abril de 2023. Desse montante, somente R$ 18.265 foram destinados à operação digital.

O prazo para pagamento aos fornecedores agora ocorre em aproximadamente uma semana. Em janeiro, esse período chegava a 124 dias, sendo reduzido para seis dias em março e oito dias em abril de 2023. O prazo para recebimento dos pagamentos por parte dos clientes também diminuiu, passando de 69 dias em novembro de 2022 para 35 dias em abril de 2023.

Entenda como ocorreu/ocorre a crise nas Lojas Americanas

Um déficit bilionário resultou na necessidade de recuperação judicial. As Americanas ingressaram no processo de recuperação judicial em janeiro, após a revelação de uma enorme lacuna nos seus registros financeiros.

A empresa acumula uma dívida aproximada de R$ 40 bilhões. O plano de recuperação judicial da varejista contempla a venda de diversos ativos. A possibilidade de venda da participação da empresa no Grupo Uni.Co, controlador das franquias Imaginarium, Pucket, Mind e LoveBrands, que comercializam artigos para casa, presentes, moda e acessórios, e da rede Hortifruti Natural da Terra, está sendo considerada. No dia 18, a empresa anunciou a contratação do Citigroup para iniciar, na próxima semana, a busca por interessados na aquisição do Hortifruti Natural da Terra.

O plano também inclui a injeção de capital na empresa no valor de R$ 10 bilhões, com apoio de seus acionistas principais. Esses acionistas são os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, proprietários da gestora 3G Capital.

A aprovação do plano requer uma assembleia de credores, sendo necessária a aprovação de 50% dos credores para que o texto seja validado. Portanto, as negociações entre a empresa e os bancos, que detêm a maior parte da dívida, ainda estão em andamento. Caso o plano não seja aprovado pelos credores, a empresa pode enfrentar a declaração de falência.