Alunos com suspeita de Covid-19 são isolados sem água em escola da Aeronáutica
Além disso, relatos garantem que estudantes estariam recebendo medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus
Aproximadamente 60 alunos da unidade de formação de sargentos da Aeronáutica em Guaratinguetá, interior de São Paulo apresentaram sintomas de resfriado e por isso foram isolados em alojamentos. No entanto, nesses locais não havia acesso à água.
De acordo com a rádio CBN, os estudantes não fizeram teste para Covid-19. E a decisão da FAB foi suspender que os alunos fizessem as típicas voltas para casa nos finais de semana. Sendo assim, eles ficaram na instituição, isolados, por 90 dias.
Com o fim do período letivo, puderam retornar para casa por 20 dias. Nesse retorno, foram aplicados testes, sendo que alguns deram positivo. Outros, após duas semanas também apresentaram sintomas.
Alunos em alojamento sem água
Foram isolados cerca de 60 alunos somente com a suspeita do novo coronavírus. Estes não foram testados como os demais.
Segundo relatos de familiares, colhidos pela CBN, a direção da escola decidiu isolar os estudantes em um local que não têm acesso a água livre e a comida. É preciso ficar a espera do supervisor para poderem se hidratar. Então, muitos relatam passar sede. Já as refeições são entregues em três períodos do dia.
“Alguns meninos foram colocados em isolamento em um prédio que não estava sendo utilizado, com uma situação precária. Eles não estão podendo sair nem para tomar água, eles devem esperar sargentos levarem o que eles precisam, o que às vezes demora. E o feminino também está em um alojamento igualmente sujo, em que o lixo não está ou está demorando muito para ser recolhido”, disse a irmã de dois dos estudantes.
Remédios sem comprovação de eficácia
Além da situação precária do prédio de isolamento, há relatos de que os supervisores estão dando medicação para os estudantes com suspeita de Covid-19. Seriam os remédios ivermectina e azitromicina, os quais não tiveram eficácia comprovada pela Anvisa.
Um dos problemas é que poucos foram testados realmente. Os demais, que estão em isolamento juntamente podem correr o risco de serem contaminados.
Ainda não se sabe qual é o critério de seleção para testar os alunos que apresentam sintomas.
Um familiar alerta sobre os riscos dos estudantes que estão em contato com colegas testados positivos. E também pede que estes sejam liberados para se isolarem em suas residências.
“Eu acho que isolar uma pessoa que você nem testou com outra que já deu positivo é loucura. Porque você pode estar contaminando uma pessoa que não está, a pessoa às vezes está com um resfriado, está com sintoma de dor de garganta e está sendo contaminada. Tinham que liberar as pessoas, voltar para suas casas, cada um na sua quarentena, no seu lar. Porque ficar lá preso correndo o risco de se contaminar, é complicado”, reclama o familiar à rádio CBN.