Os motoristas do país receberam uma péssima notícia nesta terça-feira (15). A Petrobras anunciou uma forte alta de 25,8% no preço do litro do diesel A comercializado às distribuidoras do país.
Com isso, o litro do diesel passará a ser vendido por R$ 3,80 às distribuidoras. Anteriormente, o preço do combustível era de R$ 3,02, ou seja, houve uma elevação de 78 centavos por litro no valor do diesel.
O novo preço do diesel passa a valer em todo o país a partir desta quarta-feira (16). Isso quer dizer que os motoristas podem correr para os postos de combustíveis para aproveitarem valores ainda sem reajustes. Resta torcer para que os postos de combustíveis não tenham elevado já os preços nas bombas.
Aumento do diesel interrompe sequência de quedas
Essa é a primeira elevação no valor do diesel desde 18 de junho de 2022, quando a Petrobras aumentou o preço do combustível em 14,2%. Desde então, a companhia reduziu nove vezes consecutivas os valores do diesel no país, animando os consumidores que utilizam o combustível.
Confira abaixo os últimos reajustes promovidos pela Petrobras em relação ao diesel comercializado para as distribuidoras do país:
Reajustes da Petrobras | |
5 de agosto de 2022 | Preço caiu de R$ 5,61 para R$ 5,41 |
12 de agosto de 2022 | Preço caiu de R$ 5,41 para R$ 5,19 |
20 de setembro de 2022 | Preço caiu de R$ 5,19 para R$ 4,89 |
7 de dezembro de 2022 | Preço caiu de R$ 4,89 para R$ 4,50 |
8 de fevereiro de 2023 | Preço caiu de R$ 4,50 para R$ 4,10 |
1 de março de 2023 | Preço caiu de R$ 4,10 para R$ 4,02 |
23 de março de 2023 | Preço caiu de R$ 4,02 para R$ 3,84 |
29 de abril de 2023 | Preço caiu de R$ 3,84 para R$ 3,46 |
17 de maio de 2023 | Preço caiu de R$ 3,46 para R$ 3,02 |
16 de agosto de 2023 | Preço vai subir de R$ 3,02 para R$ 3,80 |
Em resumo, a Petrobras reduziu em 44,2% o valor do diesel vendido para as distribuidoras entre agosto de 2022 e maio de 2023. Em valores absolutos, a queda foi de R$ 2,39, ou seja, o avanço de 78 centavos eliminou apenas um terço das reduções observadas nos últimos meses.
Consumidores pagam mais caro pelo diesel
Os preços nos postos de combustíveis são bem mais altos que os das distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra. Por isso, a população deve pesquisar os preços mais econômicos para não pagar mais caro do que poderiam.
Em suma, a Petrobras esclarece que, “considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba”.
De acordo com um levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel havia chegado a R$ 7,32 na semana de 7 a 13 de agosto de 2022, logo após a primeira redução promovida pela Petrobras.
De lá para cá, o valor caiu de maneira significativa nas bombas. Em síntese, o valor médio nacional estava em R$ 5,00 na semana passada, o que representa uma queda nominal de R$ 2,32 desde o início das reduções promovidas pela Petrobras, em agosto do ano passado.
A saber, o preço do diesel caiu 31,7% para os motoristas do país, taxa menor que a observada na relação entre Petrobras e distribuidoras (-44,2%). Em outras palavras, o consumidor continua pagando caro pelo diesel no país.
Isenção de impostos barateia combustível
No início de janeiro, o Governo Federal publicou uma Medida Provisória (MP), mantendo zeradas as alíquotas de diversos impostos sobre os combustíveis. A isenção do PIS/Cofins (impostos) sobre diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo (GLP), o famoso gás de cozinha, vai seguir até 31 de dezembro.
Essa decisão beneficiou os motoristas do país que utilizam diesel. Aliás, a redução nos postos foi menor que a promovida pela Petrobras, e a situação poderia ser ainda menos vantajosa, caso o governo não promovesse a isenção de impostos.
Por que a Petrobras aumentou o preço do diesel?
A Petrobras estava comercializando a gasolina e o diesel com uma defasagem muito elevada. Em resumo, isso acontece quando a companhia aplica valores mais baixos que o mercado internacional, o que caracteriza defasagem dos preços.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já havia expressado preocupação com a companhia, visto que a defasagem da gasolina estava em 26% ante os preços internacionais. Em relação ao diesel, a defasagem chegava a 30%.
Isso aconteceu devido aos vários reajustes promovidos pela Petrobras nos últimos meses, tanto em relação ao diesel quanto à gasolina. Como a situação estava insustentável, o mercado já estava ciente da possibilidade de aumento dos preços dos combustíveis nesta semana, e isso se confirmou nesta terça-feira (15).