A MetSul Meteorologia divulgou na última segunda(3) um alerta a respeito do comportamento climático na Antártida. Os ventos intensos que estão sendo registrados na região podem provocar uma série de alterações no clima do Brasil, de forma que há uma grande probabilidade de aumento do volume de chuvas e da formação de ciclones extratropicais nas latitudes médias da América do Sul.
Importante frisar que essa situação poderá afetar principalmente o território meridional brasileiro. Na metade de junho, um ciclone atingiu o Rio Grande do Sul e Santa Catarina causando grandes impactos humanos e econômicos nesses estados. Coincidentemente, essa atividade ciclônica ocorreu em um período de queda do fenômeno chamado oscilação Antártica.
A oscilação Antártica registra dois momentos: uma fase positiva e outra negativa. Durante a fase positiva, o cinturão de vento perto da Antartida intensifica e se contrai ao redor do Polo Sul. Já no período negativo, o mesmo cinturão de vento se enfraquece e se desloca para o Norte, no sentido do Equador. As atuais condições mostram que estamos na fase negativa da Oscilação Antártica, o que aumenta os riscos de chuvas volumosas e formação de ciclones.
A meteorologia estuda atentamente essa oscilação, já que o fenômeno impacta diversos processos climáticos, como a formação de ciclones no Atlântico Sul e também a quantidade de precipitação que atinge regiões do Sul e Sudeste do Brasil.
Os modelos de previsão do clima sugerem que, pela climatologia histórica, há a tendência de aumento da chuva e de condições favoráveis à formação de ciclones no período em que a Oscilação Antártica está em território negativo. Além disso, quando a variação do fenômeno Antártico está nessa fase negativa, a incidência de ciclones extratropicais tende a ocorrer em latitudes mais baixas do que na fase positiva, ou seja, mais distantes da Antártida e mais próximos do Brasil.
Devido aos prognósticos atuais, as condições da atmosfera no Hemisfério Sul serão mais propícias para que, nos próximos 15 dias, o Sul do Brasil receba mais chuvas, até com risco de excessos em algumas áreas, e uma maior tendência também para formação de ciclones no Atlântico Sul em latitudes mais perto do Brasil.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu a análise meteorológica para o período de 03 a 19 de julho de 2023. O comunicado, lançado nessa segunda-feira (03/07/2023), dá indicações detalhadas de como estará o clima nas várias partes do Brasil nas próximas duas semanas.
Na primeira semana, nortistas e sulistas verão os maiores acúmulos de precipitação, enquanto os tempos secos serão dominantes no centro-sul do Brasil, interior do Nordeste e sul da Região Norte.
Na região norte, o instituto prevê grandes volumes de chuva que podem chegar a mais de 50mm em algumas áreas do noroeste de Amazonas e Pará, norte de Roraima e Amapá. Enquanto isso, em áreas do extremo noroeste do Maranhão, a chuva acumulada estará abaixo de 30mm. Nas demais regiões, o clima ficará seco e sem chuva devido à presença de uma massa de ar seco.
Durante a segunda semana, o Instituto aponta para a continuação do clima seco na maioria das regiões brasileiras indicando também que todo extremo norte do país receberá acúmulos de chuva maiores de 30mm. Somente no Espírito Santo é esperada uma eventual presença de chuva durante esse período.