As escolas públicas da África do Sul serão fechadas novamente por um mês, a partir de 27 de julho, devido a surtos da epidemia de Covid-19, disse o presidente Cyril Ramaphosa nesta quinta-feira (23).
“O gabinete decidiu hoje que todas as escolas públicas farão uma pausa nas próximas quatro semanas”, anunciou Ramaphosa em discurso à nação, no qual explicou que o ano letivo de 2020 será estendido para 2021.
“A África do Sul ocupa o quinto lugar no mundo no número de casos confirmados e é o lar de mais da metade de todas as infecções na África. A tempestade de coronavírus realmente chegou.”
“Devemos fazer tudo o que pudermos para minimizar” a disseminação da doença, acrescentou o presidente, para justificar o novo fechamento das escolas públicas.
De acordo com a Universidade Johns Hopkins, a África do Sul tem quase 400 mil casos confirmados da doença e 5,9 mil mortes pelo novo coronavírus.
As autoridades do país impuseram um confinamento rigoroso no final de março, que desde então foi relaxado para evitar o colapso da economia da principal potência industrial do continente.
Retomada e preocupação
As aulas do ensino secundário no país foram oficialmente retomadas no início de junho, com medidas de distanciamento e em meio a temores de educadores e estudantes. Segundo matéria publicada pela France Presse, dezenas de estudantes do ensino médio, de uniforme e usando máscaras sanitárias compareceram no primeiro dia de retomada das aulas. “Você viu quantos alunos? Estavam sentindo falta da escola”, observa o diretor da Escola Pública Winnie Mandela, Eddie Kekana. A escola está localizada em um subúrbio grande e pobre de Joanesburgo.
Uma das estudantes, Lefa Ramoroka, de 21 anos, contou à matéria que estava feliz de voltar, mas a preocupação de contrair o vírus é ainda constante. “Nunca pensei que veria meus amigos novamente”, disse com os olhos brilhantes e com o nariz e a boca cobertos por uma máscara colorida.
A preocupação com o retorno das aulas tem motivo. O principal é devido às condições sanitárias da região, já que muitas vezes falta água na escola. “Como podemos respeitar as regras de higiene contra o vírus?”, questiona o diretor.
A escola não possui dinheiro para fazer instalação sanitária nas duas cisternas existentes. Para tomar cuidado, a unidade optou pelo distanciamento entre alunos e estudantes, além da medição de temperatura de cada pessoa, que deve, ainda, responder a um questionário sobre sua saúde. Fonte: France Presse