Após as companhias aeroviárias apresentarem sua terceira proposta aos aeronautas, eles acabaram por decidir acabar com a greve. Ela tinha sido suspensa no fim de semana. Todavia, houve uma votação virtual entre as 6h do dia 24 de dezembro, ao meio-dia do dia 25, aberta pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).
Dos 5.834 votos, cerca de 70,11% foram a favor da proposta, contra 28,8% de rejeições. 1,09% foram de abstenções. Aliás, as empresas propuseram um reajuste de 6,97% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) relativo aos salários fixos da categoria, renovando a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
O índice inclui cerca de 1% de ganho real devendo incidir sobre as diárias nacionais de R$94,96, no vale-alimentação de R$495,50 e no piso salarial, além do seguro e a multa por descumprimento da convenção. Ademais, vale ressaltar que estes reajustes propostos pelas companhias aéreas não recaem nas diárias internacionais.
Sobre as reivindicações dos aeronautas relativas ao respeito às escalas de trabalho, a proposta apresentada aponta o horário de início das folgas, e a indenização a ser paga em caso de as empresas descumprirem o combinado. analogamente, ela também aponta a possibilidade de se iniciar o período de férias aos sábados, domingos e feriados.
Os aeronautas concordaram com a aplicação de uma multa sobre a empresa, de cerca de R$500, por uma mudança na escala em caso dela ser feita no dia de folga do trabalhador. Em síntese, quando a greve iniciou,na segunda-feira (19/12), a categoria indicava uma recomposição salarial pelo INPC com uma alta de 5% acima do índice.
As companhias aéreas, no entanto, queriam garantir apenas um ganho real de 0,5%. Entre suas propostas, foi destacado a venda do dia de folga, o que causou uma comoção entre a categoria. Em suma, isso se deve ao fato de que muitos aeronautas se sentiam exaustos por conta do cumprimento de horários que não foram planejados.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Henrique Hacklaender, falou durante uma live no último domingo dia 25/12, onde foi apresentado o resultado da votação dos aeronautas. Ele disse que é o momento de a categoria conferir e observar a aplicação de todos os itens incluídos na CCT.
Hacklaender afirmou que “Esse é o começo de uma nova era, em que vamos ter que evoluir muita coisa. Principalmente na parte social e continuar evoluindo na parte financeira”. O presidente do sindicato também disse que ainda há vários itens que a categoria ainda não conseguiu “endereçar este ano”.
Ele não falou sobre quais itens seriam, mas afirmou que é preciso continuar a lutar de forma que os aeronautas tenham suas reivindicações atendidas. Segundo Hacklaender é necessário reduzir o número de reclamações e denúncias que o SNA recebe por meio de sua ouvidoria. “É preciso ter melhores contratos de trabalho”.
Lilia Cavalcanti, diretora de Administração e Finanças do SNA, agradeceu a todos que participaram da greve e que foram aos aeroportos de todo o país para suspender as operações. Ela afirma que a proposta não é das melhores, mas que representa uma evolução, além de trazer um certo ganho para os profissionais.
A diretora afirmou que “houve ganho por todas as pessoas que fizeram a greve acontecer. As pessoas que foram para o aeroporto, as pessoas que pararam os voos e as que se mobilizaram. Então, é um agradecimento para todos que fizeram valer o seu voto e a democracia do voto”.
Cavalcanti disse que é preciso que a luta continue, que haja uma batalha em busca de melhorias. Ele afrima que há ainda muito a se fazer, mas que o momento atual é de agradecimento, por toda a luta da categoria durante a greve. Foram cinco dias de greve, e a SNA tem noção da complicação que é a paralisação em uma empresa.
A suspensão da greve dos aeronautas no fim de semana durou de 6h do dia 24/12 até o meio-dia do dia 25 /12. Os aeroportos que foram paralisados durante a greve a partir da segunda-feira passada (19/12) foram os de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas, Porto Alegre, Brasília e Fortaleza.