Economia

Abertura de novas empresas cresce durante a pandemia

De acordo com um levantamento divulgado pela Valor Investe, no terceiro trimestre de 2021 o Sul e o Sudeste do país lideraram o ranking de novos negócios. O crescimento foi de 7,8% em relação ao trimestre anterior. O jornal ainda informou que durante o mês de agosto 382.766 empresas foram abertas no Brasil, fazendo com que o terceiro trimestre contabilizasse mais de 1,1 milhão de CNPJs fossem criados.

“Quando comparado a 2019, antes da pandemia, esse crescimento é ainda maior, de 33%, considerando os terceiros trimestres de 2021 e 2019. Mesmo diante das dificuldades, com alta de preços e perda da renda, estamos vendo o início da recuperação da atividade econômica no Brasil”, disse Guilherme Soares, vice-presidente de crescimento da Contabilizei.

Economia deve voltar a se recuperar

De acordo com Guilherme Soares o cenário para diversos setores da economia é otimista. Para o vice-presidente de crescimento da Contabilizei o turismo, eventos e serviços de alimentação devem se recuperar no quarto trimestre, fechando o ano de 2021 de forma positiva.

O Valor Investe ainda informou que entre os meses de  janeiro a setembro de 2021, foram abertas 3,2 milhões de empresas no país. Do valor total, 77,6% das novas empresas são MEI (Microempreendedor Individual).

“O MEI e o Simples trazem formas de gerar rendimentos e, obrigatoriamente, recolher impostos e ter algum tipo de proteção. Isso é importante diante do aumento da longevidade, que está fazendo com que as pessoas percebam que vão precisar trabalhar mais. Então, muitos, mesmo com carteira assinada CLT, estão abrindo consultorias para prestar seus serviços. Alguns crescem ao ponto de essa atividade virar, de fato, o seu principal negócio”

Para Ricardo Rocha, professor de Finanças do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), a pandemia é um dos fatores que influenciaram a abertura de novas empresas nos últimos tempos. Apesar disso, fatores mais antigos também aceleraram esse processo.

“O aumento do número de pessoas jurídicas de pequeno porte foi acelerado pelo ambiente de formalização criado no governo da presidenta Dilma Rousseff, que beneficiou especialmente quem precisava de acesso à crédito. Eram pessoas que já trabalhavam, mas que não conseguiam ter conta em banco ou contratar funcionários por não existirem para o Sistema Financeiro Nacional (SFN)”, disse.

O levantamento constatou que os três estados da região Sudeste lideraram esse movimento de crescimento durante o trimestre, seguidos dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul.

Empresas abertas durante a pandemia são mais vulneráveis a golpes

Um estudo realizado pela ClearSale, constatou que empresas criadas durante a pandemia tem 452% mais chances de sofrerem tentativas de fraudes e golpes. “Em comparação com empresas maiores, as de pequeno porte possuem orçamentos e equipes reduzidas, o que faz com que os fraudadores enxerguem uma porta de entrada mais fácil para a realização de fraudes”, disse Henrique Martins, head de Fraude Empresarial da ClearSale.

Apesar disso, com o atual índice de desemprego no país, abrir uma empresa tem sido a solução econômica para diversas famílias. Desse modo, é importante estar atento com as questões financeiras para que os pequenos empresários não se prejudiquem ainda mais nesse período.