Abandonar medicamentos psiquiátricos pode ocasionar inúmeros transtornos
O número de pacientes psiquiátricos que abandonam o tratamento e uso de medicações, sem a orientação médica é cada vez mais frequente.
Isso porque entre os sintomas das doenças emocionais e psiquiátricas, a desmotivação acaba sendo bem recorrente, o que dificulta a manutenção de intervenções e busca por alternativas estratégicas para o controle da condição.
Além disso, o preconceito de parte da sociedade e até persuasões de cunho religioso fazem muito usuários de antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos abandonarem seu uso, por acreditarem que as doenças psiquiátricas e emocionais podem ser curadas sem medicação.
Este fato improcedente resulta em inúmeras consequências prejudiciais à saúde do indivíduo, inclusive, pode agravar o estágio da doença, sujeitando até a internação psiquiátrica como única alternativa em casos mais graves.
Consequências da interrupção abrupta de medicamentos psiquiátricos
Além de não garantir a estabilidade dos sintomas que afetam os pacientes psiquiátricos, a interrupção abrupta de medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos pode desencadear a síndrome de descontinuação, como também, sintomas de retirada.
- Síndrome de descontinuação: Conjunto de sintomas, que inclui desde uma simples constipação até alterações do sono, sentidos, movimento, humor e até do pensamento.
- Sintomas de retirada: Já os sintomas de retirada podem surgir entre 24 a 72 horas, após a interrupção medicamentosa, compreendendo reações de ansiedade, insônia, irritabilidade, explosões de choro, distúrbios de humor, entre outros efeitos físicos como tonturas, vertigens, cefaleia, falta de coordenação motora e vômito.
Alguns pacientes podem apresentar consequências ainda mais graves como aumento da frequência cardíaca, descontrole da pressão arterial, estados de alucinações e confusão mental, inclusive, crises convulsivas, possibilitando até o risco de morte.
Importância da medicação psiquiátrica
Quando indicada pelo médico, a medicação psiquiátrica pode garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente, controlando o quadro e estabilizando os sintomas, já que a grande maioria das doenças psiquiátricas ainda não tem cura.
O tratamento com medicação psiquiátrica, geralmente compreende duas etapas. Na primeira, a medicação age estabilizando os sintomas. Vale destacar que não há um prazo para que esta condição seja garantida, visto que tudo depende do diagnóstico individual de cada paciente, assim como a reação do seu organismo mediante a medicação.
Já na segunda etapa, o médico pode alterar a medicação ou dosagem, a fim de prevenir a reincidência do quadro.
Também podem ser associadas outras práticas neste estágio, como por exemplo, a psicoterapia, atividade físicas, meditação, entre outros métodos complementares.
Em muitos casos, após a estabilização dos sintomas através da intervenção medicamentosa e logo após, a introdução de outras práticas complementares aos tratamentos, alguns pacientes até conseguem suspender os remédios ou diminuir a dosagem, entretanto, esta etapa deve seguir orientação médica e ser feita de forma gradual, a fim de evitar recaídas.
Antes de iniciar ou interromper um tratamento com medicamentos, seja ele psiquiátrico ou não, é essencial buscar uma orientação médica para prevenir pioras no quadro.