O mercado de moedas raras no Brasil é extremamente dinâmico. O valor de uma peça pode variar a depender do ano em que ela está sendo vendida. Por isso, é muito importante se manter atualizado em relação aos valores que são cobrados em diferentes contextos do país.
Talvez a moeda que melhor expressa o dinamismo dos valores seja a peça de 1 cruzeiro do ano de 1977. Trata-se de uma peça pouco falada entre os colecionadores, mas que está ganhando cada vez mais valor com o passar dos anos. Ao encontrar este exemplar, a dica é guardar com cuidado.
Mesmo que você encontre uma peça de 1 cruzeiro de 1977 em condições normais, ou seja, sem nenhum tipo de defeito de cunhagem, é provável que você tenha tirado a sorte grande. Isso porque, mesmo considerando que a moeda não seja diferenciada, ela poderá ser vendida a um bom valor no final das contas.
Este é um fenômeno que ocorre por causa da baixa tiragem da moeda em questão. Em 1977, apenas cerca de 98 mil peças foram postas em circulação nas ruas do Brasil. Na linguagem da numismática, podemos dizer que estamos falando de um exemplar muito raro.
Identificando a moeda
Antes de mais nada, é importante entender quais são os principais detalhes da moeda de 1 cruzeiro de 1977. Para tanto, separamos abaixo uma série de características mais claras elencadas pelo Banco Central (BC) para este exemplar:
- Reforma Monetária;
- Plano Monetário: Padrão Cruzeiro (1967 – 1979);
- Período: República;
- Casa da Moeda: Rio de Janeiro;
- Diâmetro: 29mm;
- Peso: 10.25gr;
- Metal: Cupro-Níquel;
- Borda: Serrilhada;
- Reverso: Moeda;
- Moeda Desmonetizada;
- Desenho do Anverso: Figura feminina representando a república, no exergo (espaço – em moedas ou medalhas – destinado à gravação de data ou de inscrição) a rosa dos ventos, acompanhadas do nome do país (BRASIL);
- Desenho do Reverso: Valor de face e data ao centro e à esquerda, um ramo de café com frutas e flores.
Quanto vale a moeda?
Mas afinal de contas, quanto vale a moeda em questão? Abaixo, separamos os valores mais atualizados que estão sendo pagos em 2023 para a moeda de 1 cruzeiro do ano de 1977:
MBC | SOBERBA | FLOR DE CUNHO |
R$ 50,00 | R$ 200,00 | R$ 250,00 |
Para os iniciantes, as inscrições acima podem parecer complexas. Afinal de contas, o que significa o termo Flor de Cunho, por exemplo? As classificações acima estão relacionadas ao estado de conservação de cada uma destas peças, segundo as informações de colecionadores.
- MBC
Para começar, vamos detalhar o que significa uma moeda MBC. Este termo significa “Muito bem conservada”. Para que a peça entre nesta classificação, ela precisa ter, no mínimo, 70% de sua aparência original. Os analistas também dizem que o seu nível de desgaste deve sempre ser homogêneo.
- Soberba
Uma moeda soberba é a aquela que conta com pelo menos 90% dos detalhes originais preservados. Trata-se de uma peça que conta com pouco vestígio de circulação e de manuseio. No universo da numismática, este item é considerado intermediário, mas já se trata de um valor mais alto.
- Flor de cunho
O termo Flor de Cunho vem da inscrição em inglês uncirculated. Trata-se de uma peça que não apresenta mais nenhum tipo de desgaste e nem de manuseio. Absolutamente todos os detalhes da cunhagem estão com a sua aparência original. Também não há nenhum indicativo de limpeza ou de química. Mesmo por isso, moedas flor de cunho são sempre as mais valiosas.
O Cruzeiro no Brasil
O cruzeiro foi o padrão monetário do país em três períodos. O primeiro foi entre 1942 e 1967, o segundo foi de 1970 a 1886 e o terceiro de 1999 a 1993, logo antes da chegada do real.
A primeira adoção do cruzeiro ocorreu durante o Estado Novo. Aquela foi a primeira vez que um governo nacional decidiu criar um padrão monetário no país. A ideia era justamente uniformizar todo o dinheiro que estava em circulação no território nacional. Naquele momento, 1 cruzeiro era equivalente a mil réis.
A primeira reforma monetária desta peça ocorreu durante o governo de Castelo Branco, quando foi substituída pelo cruzeiro novo. A próxima reforma ocorreu durante o governo de José Sarney, com o Plano Cruzado, e a última aconteceu durante o governo Collor.