A descriminalização da maconha permite o uso em público? Entenda - Notícias Concursos

A descriminalização da maconha permite o uso em público? Entenda

O Brasil está atualmente no meio de uma discussão intensa sobre a decriminalização da maconha. A questão está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que está a um voto de formar maioria a favor da decriminalização do porte de maconha.

Historia da legalização da maconha

A maconha tem uma longa história no Brasil. Foi trazida para o país escondida pela população negra escravizada em 1549 e era usada em práticas religiosas e terapêuticas.

O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a criminalizar o uso da maconha com a Lei de Posturas, criada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 1830.

Atualmente, a questão da legalização da maconha no Brasil está em discussão no STF. A lei atual, o artigo 28 da Lei de Drogas, prevê penas por porte que variam entre “advertência sobre os efeitos das drogas”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo”.

Sessões do STF sobre a decriminalização da maconha

O tema começou a ser analisado pelo tribunal em 2015, mas o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do então ministro Teori Zavascki.

Após a morte dele em um acidente aéreo em 2017, o ministro Alexandre de Moraes substituiu-o e devolveu o pedido de vista ao plenário um ano depois, em 2018. O julgamento foi retomado em agosto e já teve duas sessões.

A maioria dos ministros do STF votou a favor da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal.

Os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, e Rosa Weber votaram a favor da descriminalização. O ministro Cristiano Zanin se posicionou contra.

A quantidade permitida de maconha

Os ministros do STF formaram maioria a favor da fixação de uma quantidade mínima de maconha para diferenciar um usuário de um traficante. No entanto, não chegaram a um consenso sobre qual seria essa quantidade.

Os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Rosa Weber defendem que quem estiver com até 60 gramas de maconha seja identificado como usuário, caso não existam outros indícios que a pessoa seja traficante.

Cabe salientar que o ministro Luis Roberto Barroso defendeu inicialmente 25 gramas, mas aumentou o seu entendimento para 100 gramas. Cristiano Zanin defendeu 25 gramas.

O Julgamento de descriminalização da maconha continua

O julgamento de descriminalização da maconha no Brasil continua. Ainda faltam votar os ministros André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Carmen Lúcia, Luiz Fux, e Dias Toffoli. Com apenas mais um voto, forma-se a maioria pela descriminalização da maconha.

O ministro André Mendonça pediu vista e o julgamento foi suspenso por até 90 dias. De acordo com o regimento interno do Supremo, o prazo de devolução automática do processo é de 90 dias corridos, a contar da publicação da ata do julgamento na qual houve a interrupção.

Implicações da decriminalização

A decriminalização da maconha no Brasil terá várias implicações. A principal é a diferenciação entre usuários e traficantes. Atualmente, a lei não tem uma definição clara para realizar essa diferenciação.

Com a decriminalização, espera-se que seja estabelecida uma quantidade especifica que diferencie um usuário de um traficante.

No entanto, a decriminalização não significa que a maconha será totalmente legalizada. A venda de maconha continuará sendo ilegal, independentemente do resultado do julgamento.

Além disso, a decisão do STF não aborda o uso da maconha em público, o que significa que ainda haverá restrições ao uso da droga.

Maconha em outros países

Vários países ao redor do mundo já regulamentaram a maconha de alguma forma. O Uruguai, a República Dominicana, o Canadá e os Estados Unidos, Portugal, Luxemburgo, Nova Zelândia, Suíça, Holanda, Jamaica e África do Sul já têm leis que permitem o uso recreativo de maconha.

Há muitas críticas à decriminalização da maconha no Brasil. Alguns acreditam que a decriminalização irá encorajar o uso de drogas e levar a problemas sociais e de saúde.

Outros argumentam que a decriminalização irá fortalecer as organizações criminosas que vendem maconha.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?