De acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e biometria no Brasil – Novembro de 2022, 18% dos brasileiros com smartphone já tiveram algum serviço digital invadido porque sua senha foi descoberta. O Facebook foi o alvo dos criminosos segundo 38% das vítimas, ocupando o primeiro lugar na lista de serviços verificados pela pesquisa, à frente de Instagram (26%), conta bancária (21%) e WhatsApp (13%).
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Quase um terço das vítimas (29%) tiveram prejuízo financeiro por causa da invasão, mas 84% delas conseguiram resolver a situação depois da invasão. A principal medida adotada pelas vítimas foi entrar em contato diretamente pelo app (65%). Outras 18% fizeram boletim de ocorrência e 6% entraram na Justiça.
Na visão do estudo, isso acontece por causa de uma omissão do brasileiro com suas senhas. Um hábito arriscado é a utilização de datas de aniversário na composição das senhas, coisa que 30% dos brasileiros com smartphone fazem. Curiosamente, isso é mais comum entre mulheres (36%) que entre homens (24%). Por faixa etária, é mais verificado entre jovens de 16 a 29 anos (36%) que entre aqueles de 30 a 49 anos (31%) e com 50 anos ou mais (21%).
Com o uso de senhas repetidas e datas de aniversário em sua composição, não é de se estranhar que muita gente tenha sofrido com problemas de acesso indevido a seus serviços digitais. Alguns recentes megavazamentos de dados também contribuem para piorar o problema, diz o estudo.
Preocupação aumenta
Mas a preocupação do brasileiro com as senhas já foi pior, segundo o estudo, com 19% dizendo que aumentou muito ao longo dos últimos 12 meses e 24%, que aumentou pouco. Quase a metade, por outro lado (48%), afirmam que permaneceu igual nesse período.
A maioria dos brasileiros (59%) têm até cinco senhas diferentes para serviços digitais, mas 62% reconhecem que repetem senhas em serviços diferentes. A prática é mais comum entre os jovens de 16 a 29 anos (68%) do que entre aqueles de 30 a 49 anos (65%) e aqueles com 50 anos ou mais (50%).
Mais da metade (57%) dos brasileiros com smartphone guardam senhas na memória. O grupo mais jovem, de 16 a 29 anos, é o que mais confia na própria memória para essa tarefa (64%). O percentual diminui para 56% na faixa de 30 a 49 anos e cai para 49% entre aqueles com 50 anos ou mais de idade.
Por outro lado, o grupo mais velho é o que mais recorre ao bom e velho papel para anotar suas senhas: 38%. Entre os jovens de 16 a 29 anos e no grupo de 30 a 49 anos as proporções são de 25% e 24%, respectivamente.
Metade dos brasileiros afirma que costuma trocar suas senhas de tempos em tempos, por segurança. E 46% informam que faz menos de 30 dias que trocaram uma senha.
Confiança dos consumidores nas empresas
A pesquisa também mediu a confiança do consumidor brasileiro na gestão de seus dados pessoais por empresas de diferentes setores, solicitando que deem uma nota de 1 a 5, em que 1 significa que desconfia completamente e 5, que confia plenamente. Em um ano verificou-se uma queda desta confiança em operadoras de telecom, redes sociais e sites/apps de comércio eletrônico.
Nesse período, diminuiu de 28% para 23% a proporção de respondentes que confiam que as operadoras de telecomunicações armazenam com segurança seus dados pessoais. No caso dos sites de comércio eletrônico, baixou de 30% para 25%.
Mas quem menos goza da confiança do brasileiro são as redes sociais, que caiu de 25% para 20% a proporção de brasileiros que confiam na gestão que as redes sociais fazem de seus dados pessoais.
Os resultados verificados sobre bancos, distribuidoras de energia e governos tiveram variações pequenas, dentro da margem de erro. Os bancos continuam liderando como o setor no qual o brasileiro mais confia para a gestão de seus dados pessoais (54%).
Vale destacar que 20% dos brasileiros com smartphone já tiveram seus dados pessoais utilizados em fraudes por terceiros.
Metodologia da pesquisa
A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e biometria no Brasil é uma pesquisa independente produzida por uma parceria entre o site Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box. Nesta edição foram entrevistados 2.080 brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone. As entrevistas foram feitas on-line entre 19 e 26 de outubro de 2021. Esta pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,1 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.