Em edição extra, o “Diário Oficial da União” publicou neste sábado a exoneração, a pedido, de Abraham Weintraub do cargo de ministro da Educação. A publicação ocorreu somente depois que ele deixou o Brasil e aterrissou nos Estados Unidos. Quem informou sua chegada aos EUA foi seu irmão, Arthur Weintraub, assessor especial da Presidência da República.
Na sexta-feira (19), o ex-ministro publicou em suas redes sociais que pretendia deixar o país “o mais rápido possível”. A assessoria de imprensa do MEC informou que a viagem de Weintraub já estava relacionada com o novo cargo que ele deve ocupar no Banco Mundial.
Na última quinta-feira (18), em um vídeo ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Weintraub havia anunciado que deixaria o posto para assumir uma diretoria do Banco Mundial – com a saída dele, assume interinamente como ministro o secretário-executivo Antonio Paulo Vogel.
Weintraub responde a investigações no Brasil por racismo e no inquérito que apura ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele pode ter se aproveitado de uma brecha na ordem determinada pelo presidente Donald Trump que restringiu a entrada de brasileiros nos Estados Unidos, em maio. A ordem fechou as fronteiras americanas para brasileiros, mas abriu algumas exceções como a entrada de funcionários governamentais e de funcionários de organizações internacionais.
Tecnicamente, Weintraub, apesar de ter anunciado sua saída do MEC, ainda era ministro de Estado, com direito, inclusive, a passaporte diplomático, quando viajou.
Sobre o ministro interino da Educação
Vogel tem graduação em economia e direito e pós-graduação em administração financeira. É auditor de finanças e controle desde 1998. Participou do grupo de transição do governo Bolsonaro e atuava como secretário-executivo adjunto da Casa Civil, onde Weintraub foi o secretário-executivo.
No site do Ministério da Educação, o perfil de Vogel está apresentado como abaixo:
“Servidor público federal, no cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle, o secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) é formado em Economia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e em Direito, pela Universidade de Brasília (UnB). Também possui pós-graduação em Administração Financeira, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Atua em gestão pública há mais de 20 anos, tendo, durante esse período, ocupado funções de chefia e alta direção na Secretaria do Tesouro Nacional, nos estados do Rio de Janeiro e de Goiás, na cidade de São Paulo e no governo do Distrito Federal. No Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, foi secretário de Gestão e assessor especial no Ministério da Fazenda.
Fora do serviço público, trabalhou como consultor do Banco Mundial em finanças públicas e diretor do IRB Brasil Resseguros.
Vogel participou do processo de transição do Governo Federal. Em janeiro de 2019, assumiu o cargo de secretário-executivo adjunto da Casa Civil da Presidência da República e, posteriormente, passou a fazer parte do MEC.”