O volume de vendas no varejo brasileiro cresceu 1,2% em maio deste ano, em comparação com o mês anterior. Esse é o quinto resultado positivo consecutivo, ou seja, todos os meses de 2024 registraram crescimento nas vendas, na comparação com o mês anterior, indicando o bom momento para o comércio varejista nacional.
Com o acréscimo do resultado de maio, o nível de vendas do varejo brasileiro bateu um novo recorde. No acumulado entre janeiro e maio deste ano, o varejo tem forte alta de 5,6%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o avanço é um pouco menor, de 3,4%, já que não houve resultados positivos em todos os meses deste intervalo.
“Em 2024, o varejo registrou cinco pontos positivos, com atingimento do nível recorde da série a partir de março, que se renovou em abril e maio. Esse desempenho dos últimos meses está muito focado em hiper e supermercados e artigos farmacêuticos, que também atingiram seus níveis máximos em maio“, explicou Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
“Com isso, o acumulado do ano é de 5,6%, enquanto, por exemplo, quando observamos todo o ano de 2023, o acumulado foi de 1,7%. Então é um resultado bastante positivo“, acrescentou.
A propósito, todos os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quinta-feira (11).
O IBGE revelou que, na comparação com abril, o volume de vendas cresceu em cinco das oito atividades pesquisadas. Em contrapartida, os resultados das três atividades restantes ficaram negativos. Com isso, os avanços exerceram maior impacto na taxa nacional e impulsionaram o resultado do país.
Confira abaixo as variações registradas em maio:
Segundo o IBGE, o segmento de hiper e supermercados teve a terceira maior alta em maio, mas exerceu a maior influência nas vendas do varejo nacional. A saber, o segmento responde por 54,7% do volume de vendas no comércio varejista brasileiro, e qualquer variação registrada impacta diretamente o resultado nacional.
Além disso, o IBGE revelou que os segmentos de maior peso na composição do resultado nacional ficaram no campo positivo em maio. Com isso, o volume de vendas cresceu, até porque houve mais taxas positivas que negativas.
“O resultado positivo foi bem disseminado, com apenas três atividades com queda. As de maior peso, como hiper e supermercados, artigos farmacêuticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico cresceram. Além disso, houve questões conjunturais, como o aumento das vendas do setor de vestuário mais focadas em calçados“, explicou Cristiano Santos.
“Em maio, houve, por exemplo, o aumento da concessão de crédito da pessoa física e o crescimento da massa de rendimento e do número de pessoas ocupadas. São fatores que levam a esse resultado global maior do que o registrado em 2023“, acrescentou.
Segundo o gerente da pesquisa, o volume de vendas no segmento de combustíveis e lubrificantes teve uma queda firme em maio devido à situação do Rio Grande do Sul. “No setor de combustíveis e lubrificantes, essa queda tem a ver com a diminuição de uma atividade de transporte no sul do país, em decorrência das enchentes“,
“Em móveis e eletrodomésticos, houve duas trajetórias distintas: enquanto as vendas dos eletrodomésticos cresceram, as dos móveis caíram. Já na atividade de material para escritório, informática e comunicação, o dólar estava valorizado em relação ao real, o que afugenta as demandas do setor de informática, que são mais de produtos importados“, disse Cristiano Santos.
O IBGE informou que as vendas no varejo brasileiro cresceram em 16 das 27 unidades federativas (UFs) em maio. Em suma, a alta foi observada na maioria dos locais, mas não ficou muito disseminada. Ainda assim, o resultado nacional foi bastante positivo.
Segundo o levantamento, as UFs que tiveram as altas mais intensas no mês foram:
Por outro lado, as UFs que apresentaram as principais taxas negativas em maio foram:
Por fim, o IBGE explica que “a PMC produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista“.