O DPVAT, seguro obrigatório criado para indenizar condutores, passageiros e pedestres vítimas de acidentes de trânsito, está previsto para ser retomado em 2024. Após ser extinto no início de 2021, o governo apresentou o Projeto de Lei Complementar 233/2023 à Câmara dos Deputados, com o objetivo de garantir o pagamento das indenizações a partir de janeiro de 2024. A proposta indica que a Caixa Econômica Federal continuará responsável pela gestão dos recursos do DPVAT, que passará a se chamar Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito – SPVAT.
O seguro DPVAT e sua história
O DPVAT foi criado em 1974 com o objetivo de assegurar uma indenização às vítimas de acidentes de trânsito, independentemente da responsabilidade do causador do acidente. No Brasil, o trânsito é conhecido por ser perigoso e, infelizmente, acidentes ocorrem com frequência, causando danos físicos e financeiros às vítimas. O DPVAT foi uma medida implementada para ajudar a mitigar esses impactos.
A dissolução da Seguradora Líder e a gestão emergencial da Caixa Econômica Federal
Em 2021, a cobrança do DPVAT foi extinta e a gestão do seguro ficou a cargo da Caixa Econômica Federal de forma emergencial. Isso ocorreu após a dissolução da Seguradora Líder, responsável pela administração do DPVAT desde 2020. Durante a investigação de fraudes e irregularidades no DPVAT realizada pelo Tribunal de Contas da União e pela Polícia Federal, a Seguradora Líder continua responsável pelo pagamento das indenizações dos acidentes ocorridos até 31 de dezembro de 2020.
A necessidade de retomar o DPVAT em 2024
A aprovação do Projeto de Lei Complementar 233/2023 se faz necessária devido às limitações da legislação atual. A legislação em vigor prevê indenizações apenas para sinistros ocorridos até 31 de dezembro de 2023. Além disso, não há recursos suficientes para manter os pagamentos ao longo de 2024. Portanto, o novo projeto de lei busca garantir a continuidade das indenizações a partir de janeiro de 2024.
Mudanças propostas para o DPVAT em 2024
Caso o Projeto de Lei Complementar 233/2023 seja aprovado, algumas mudanças significativas ocorrerão no DPVAT a partir de 2024. Uma delas é a volta do licenciamento de veículos condicionado ao pagamento do seguro, assim como acontecia anualmente até o fim de 2020. A transferência de propriedade e a baixa de registro de veículos também estarão vinculadas ao pagamento do DPVAT.
O novo nome do seguro e a extinção da cobertura das DAMS
Além das mudanças de procedimentos, o DPVAT passará a se chamar Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito – SPVAT. Essa mudança de nome visa fortalecer a identificação do seguro com sua finalidade principal, que é a proteção das vítimas de acidentes de trânsito.
Uma alteração importante proposta pelo projeto de lei é a extinção da cobertura das DAMS (Despesas de Assistência Médica e Suplementares). Essas despesas passariam a ser compensadas pelo atendimento via Sistema Único de Saúde – SUS. Atualmente, o DPVAT prevê um reembolso de até R$ 2,7 mil para despesas médicas devidamente comprovadas.
Indenizações pagas pela Caixa Econômica Federal até o momento
Desde que assumiu a gestão do DPVAT em janeiro de 2021, a Caixa Econômica Federal já atendeu a 728,1 mil solicitações de indenização até setembro de 2023. O valor total dessas indenizações chegou a R$ 2,8 bilhões. Somente neste ano, a instituição financeira recebeu e pagou 285,7 mil pedidos de indenização, totalizando R$ 1 bilhão pago a mais de 279,9 mil beneficiários.
No entanto, a Caixa Econômica Federal não informou a quantidade de recursos ainda disponíveis para o pagamento de futuras indenizações.
Recursos para pagamentos futuros não foram divulgados
Em resumo, o DPVAT, seguro obrigatório para indenização de vítimas de acidentes de trânsito, deve ser retomado em 2024 por meio do Projeto de Lei Complementar 233/2023. A Caixa Econômica Federal continuará responsável pela gestão do seguro, que passará a se chamar SPVAT. O projeto também propõe mudanças nos procedimentos de licenciamento, transferência de propriedade e baixa de registro de veículos. Além disso, a cobertura das DAMS será extinta, com as despesas médicas sendo compensadas pelo SUS. A Caixa já pagou bilhões em indenizações desde 2021, mas os recursos disponíveis para pagamentos futuros não foram divulgados.