São chamadas de variações linguísticas as diferentes formas de falar o idioma de uma nação, visto que a língua padrão de um país não é homogênea. No Brasil, por exemplo, essas variantes são percebidas nos diversos dialetos existentes como o mineiro, carioca, gaúcho, baiano, pernambucano, sulista, paulistano, etc.
O sistema de línguas é formado por um conjunto de variantes que podem ser sociocultural, estilístico, regional, etário e ocupacional. Isso faz com que cada grupo social, de diferentes ocupações, faixas etárias e regiões criem o seu próprio dialeto, que é a sua forma de comunicação coloquial.
Assim, é possível perceber que as variações linguísticas estão presentes nas comunicações verbais das pessoas, em diferentes partes do mundo. Elas ocorrem sob influências dos contextos social, regional e histórico, em que tais processos de construção da fala ajudam a caracterizar a forma como o sujeito vai se comunicar com o seu grupo.
As variações linguísticas podem sofrer influências:
O português brasileiro é composto por dialetos regionais, o que possibilita que substantivos recebam outros nomes a depender da localidade em que são ditos. É o caso de biscoito e bolacha; sandália e chinelo; macaxeira, aipim e mandioca; tangerina e mexerica, etc.
Essas variações podem causar situações de preconceito linguístico – manifestação de intolerância ou desprezo pela forma de falar do outro, fazendo juízo de valor por ser um dialeto diferente.
Normalmente, o preconceito linguístico ocorre em tom de deboche, quando alguém acredita que a sua maneira de falar é superior. Nesse contexto, tem-se a gíria, um dialeto informal característico de pequenos grupos, com palavras que sofrem alterações ou caem em desuso com o passar do tempo.
Contudo, deve-se lembrar que no contexto das variações linguísticas não existe uma fala considerada melhor ou mais correta.
Há quem defenda que o brasileiro deve ser poliglota do próprio idioma. Isso porque, por meio das variações linguísticas regionais, uma palavra pode ter um nome completamente diferente em várias localidades do mesmo país.
Exemplos de palavras variantes
O dialeto caipira é uma das formas da língua portuguesa com registro de fala no sul de Minas Gerais, sul de Goiás, zonas rurais do sul do Rio de Janeiro, interior do estado de São Paulo, leste e sul do Mato Grosso do Sul e norte do Paraná.
Tem como principal descendência o tupi, que foi a língua habitual dos primeiros habitantes das regiões onde atualmente o dialeto caipira está difundido. Esse dialeto possui adaptações de fonemas no dígrafo “lh” que são pronunciados com som de “i” como ocorre em “milho” (“mio”) e “filho” (“fio”).
Também chamado de dialeto do arco do desflorestamento, sendo também conhecido por “sotaque dos migrantes”, é muito usado no sudeste do Pará, no sudoeste do Maranhão, no norte do Mato Grosso, em Rondônia e Tocantins.
É uma forma de comunicação diferente do dialeto tradicional da Amazônia, por ter uma pronúncia e vocalização mais próximas do caipira e do sertanejo. Uma das características é a forte pronúncia da letra “s”, semelhante à fala paulista.
O dialeto carioca é típico da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e de outras cidades do interior Fluminense.
Esse dialeto apresenta semelhanças com o português lusitano como, por exemplo, a pronúncia do “s” chiado e as vogais abertas. Sua origem vem dos dialetos africanos, falados pelos escravos que representavam a maioria da população carioca durante o período colonial.
Também chamado de montanhês, esse dialeto é falado no estado de Minas Gerais, sendo que a região do Triângulo Mineiro recebeu influência das variações linguísticas do Rio de Janeiro e do dialeto caipira, enquanto que a região central do estado desenvolveu o seu próprio modo de falar.
Esse dialeto é muito comum no estado do Paraná, nas regiões centrais e leste do estado de Santa Catarina e no norte e noroeste do Rio Grande do Sul.
O dialeto sulista é caracterizado pela harmonia e redução vocálica. Em alguns locais da região Sul é marcado pela pronúncia das consoantes nasais que estão no final de uma sílaba e pronúncia da vogal “e” ao final de palavras quando na maior parte do Brasil pronuncia-se como “i”.