Martha Seillier, secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), disse que o valor de venda dos Correios não deve ser significativo, mas sim simbólico. A pasta está ligada ao Ministério da Economia e deve ser responsável por essas e outras privatizações previstas. As informações foram dadas em entrevista a Uol.
A conclusão está no fato que seriam tirados todos os gastos que o comprador precisaria assumir. “Essa é a conta que estamos fazendo. Vamos precificar todos os ativos dos Correios e tirar desse valor a obrigação de prestar serviço em todas as cidades do Brasil por mais alguns anos. Depois, vamos tirar desse valor todas as obrigações de pagar impostos que hoje a empresa não tem. Aí vai sobrar um valorzinho, vamos dizer assim, que é o quanto a gente vai pedir no leilão”, defendeu a secretária.
A secretária ainda disse que o foco não é fazer caixa para o governo. “No fim das contas, o valor será simbólico. É claro que é uma empresa muito grande e a tendência é a gente ir para o leilão. Se tiver muita concorrência, haverá um ágio [diferença entre o lance mínimo e a proposta vencedora] e a gente vai acabar tendo um valor relevante na venda dos Correios. Mas esse não é o foco”, explicou.
A cobrança com um valor “simbólico” estaria ligada pelo fato que o comprador poderia ficar sem recursos para a modernização e uma prestação de serviço eficiente para população, defendeu a secretária do governo Bolsonaro.
O projeto de lei que autoriza a venda dos Correios já foi aprovado na Câmara, mas para que o processo siga é necessário que ele também passe pelo Senado. Isso é necessário para a finalização dos estudos e estimativa dos valores do lance mínimo para venda da estatal. De acordo com Martha, o primeiro lance possível será definido ainda em setembro.
Para venda há ainda informações do balanço contábil de 2020, entre as informações estão, por exemplo, que o patrimônio líquido dos Correios é R$ 950 milhões. Além disso, os imóveis estão em cerca de R$ 3,85 bilhões. Entre as ressalvas estão que os valores não estão 100% atualizados já que uma avaliação minuciosa em cada local foi prejudicada por conta da pandemia da Covid-19.
Além disso, uma justificativa para venda é que a empresa poderia perder a lucratividade, por conta de amarras no poder público, como licitações e demoras para tomada de decisões.