Nestes últimos 10 dias úteis do mês de abril, o Governo Federal vem pagando o programa Vale Gás. Isto é, medida que realiza seus depósitos junto do Auxílio Brasil e se destina à compra de gás de cozinha.
Nesse sentido, o valor do benefício equivale a 50% do preço do botijão de 13 quilos, de forma que se atualiza a cada mês.
Assim, o governo divulgou que, neste mês de abril, a parcela seria de R$ 51, considerando a médio nacional do gás de cozinha.
Contudo, em Rio Grande do Sul, por exemplo, esta média está abaixo do preço do produto no estado. Portanto, os mais de 140 mil beneficiários da região vêm buscando outra alternativa para preparar seus alimentos.
De acordo com o Ministério da Cidadania, pasta responsável pela coordenação do programa social, somente no Rio Grande do Sul, o Vale Gás é pago a cerca de 147 mil famílias durante este mês de abril.
Ademais, o valor de R$ 51 deste mês possui R$ 1 a menos da quantia paga no mês de fevereiro deste ano.
Além disso, o preço médio do botijão de gás de cozinha de 13 kg no Rio Grande do Sul é de R$ 113,30, segundo o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A pesquisa ocorreu durante os dias 03 a 09 de abril.
No estado, a cidade que possui o menor valor do produto é a cidade de Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Lá, então, o botijão de 13 kg do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, custa R$ 95.
Outro estado que encontrou o mesmo problema foi Mato Grosso, onde o Vale Gás representa 38% do produto.
Com a forte alta do valor do produto no Brasil, muitos cidadãos vêm recorrendo a outras maneiras para preparar seus alimentos. Dentre as alternativas, portanto, uso do álcool em gel é uma das mais relatadas.
Junto do aumento da pobreza, também se elevou o número de pessoas que passaram a recorrer a outros meios para cozinhar. Isto é, como, por exemplo, o uso de lenha e de álcool no preparo dos alimentos.
Assim, um outro dado também demonstrou um aumento considerável, do número de acidentes domésticos e queimaduras de segundo e terceiro grau.
Enquanto o preço do gás de cozinha já acumula alta de 30% nos últimos 12 meses, 56% da população brasileira viu sua renda diminuir de maneira expressiva desde o início da pandemia de Covid-19.
Desse modo, se tornou cada vez mais comum o relato de acidentes envolvendo pessoas que, por não conseguir comprar o gás de cozinha, tentaram preparar suas refeições com outros combustíveis, mais inflamáveis e perigosos.
“Sempre quando aumenta o preço do gás, centros de atendimento de queimados já sabem que precisam se preparar para atender mais gente, sobretudo em regiões vulneráveis”, é o que relata José Adorno, médico presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ).
Recentemente, uma moradora da cidade de São Vicente, localizada no estado de São Paulo, perdeu sua vida tendo 85% de seu corpo queimado enquanto tentava cozinhar com álcool, porque não tinha dinheiro suficiente para comprar um botijão de gás de cozinha.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, 14% das famílias brasileiras já vinham usando lenha ou carvão para cozinhar. Assim, há um aumento de cerca de 3 milhões em relação ao ano de 2016.
Ademais, segundo relatório do Banco Mundial no ano de 2020, cerca de 2,8 bilhões de pessoas ainda dependiam de lenha, carvão ou de outros combustíveis.
A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) estima, ainda que, somente no Brasil, ocorrem mais de 1 milhão de casos de queimaduras por ano, em que cerca de 2,5 mil terminam em morte. Deste número, dois terços ocorrem em ambientes domésticos, sendo mulheres e crianças as mais atingidas.
Além disso, cerca de 90% destes casos têm atendimento na rede pública de saúde, o que evidencia a vulnerabilidade socioeconômica da maioria das vítimas.
Com a alta do gás de cozinha, o recebimento do Vale Gás se mostra muito importante para milhões de famílias brasileiras.
Portanto, fazer parte deste programa poderá auxiliar na compra do produto. Assim, a família evita o uso de meios que apresentam mais riscos e garantem sua alimentação.
Além disso, ter o valor específico para essa compra ajuda as família a não gastarem parte de suas rendas com este fim.
O último depósito ocorreu na quarta-feira, dia 20 de abril. Isto é, visto que nesta quinta-feira, dia 21 de abril, o calendário de pagamentos se encontra em pausa em razão do feriado de Tiradentes.
O programa se destina a cidadãos vulneráveis, desse modo, exige certos critérios para determinar quem será este público.
É necessário:
Portanto, estes grupos poderão receber, a cada dois meses, o valor correspondente a 50% do preço do botijão de gás de 13 quilos.
A intenção do Governo Federal é de incluir cada vez mais beneficiários na medida até o fim do ano. Assim, para selecioná-los usa-se estes critérios:
Ademais, a prioridade é de famílias com mulheres vítimas de violência doméstica que estejam sob o monitoramento de medidas protetivas de urgência.
Para entrar no programa, contudo, não é necessário fazer nenhum tipo de inscrição ou pedido. Isto é, visto que o governo usa do sistema do Cadastro Único e do BPC para selecionar aqueles que se encontram nas situações acima.
Desse modo, estando dentro destes critérios, a família irá entrar na medida de forma automática. Então, poderá receber o valor a cada dois meses, a fim de comprar o gás de cozinha para sua família.