O ministro da Educação, Abraham Weintraub, acaba de anunciar nesta quinta-feira (18) que deixará o cargo. A confirmação foi dada em um vídeo publicado por ele, em que aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro. O nome do substituto ainda não foi informado.
Weintraub disse no próprio vídeo que vai assumir um cargo no Banco Mundial, em Washington. O Brasil lidera um grupo de nove países e, sendo o maior acionista, tem a prerrogativa de indicar o diretor da área.
O ex-ministro permaneceu no cargo por 14 meses. Ele entrou em abril de 2019, após a saída de Ricardo Vélez Rodríguez. Durante sua presidência, Weintraub acumulou diversos desafetos e disputas políticas com grupos sociais, como a comunidade judaica e representantes da China no Brasil.
A sua permanência ficou insustentável após a divulgação do vídeo da reunião ocorrida no dia 22 de abril, no Palácio do Planalto, onde ele defendeu a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
No vídeo, o ex-ministro chamou os ministros de “vagabundos”. “A gente tá perdendo a luta pela liberdade. É isso que o povo tá gritando. Não tá gritando pra ter mais Estado, pra ter mais projetos, pra ter mais… o povo tá gritando por liberdade, ponto. Eu acho que é isso que a gente tá perdendo, tá perdendo mesmo. A ge… o povo tá querendo ver o que me trouxe até aqui. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, disse.
O vídeo foi revelado no inquérito que apura suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Relator dessa investigação, o ministro do STF Celso de Mello disse ver possível crime de injúria por parte de Weintraub e, por isso, enviou ofício aos demais membros da Corte.
No último domingo (14), Weintraub participou de um protesto com pautas antidemocráticas e inconstitucionais na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ele voltou a usar o termo “vagabundos” mas, desta vez, não disse textualmente a quem se referia.
Questionado sobre impostos pagos para bancar “funcionários corruptos”, Weintraub disse aos apoiadores: “Eu já falei a minha opinião, o que eu faria com vagabundo”. O ministro não usava máscara de proteção e, por isso, foi multado pelo governo local.
As ofensas registradas na reunião ministerial levaram Weintraub a ser citado em outro inquérito no Supremo: o que investiga esquemas de disseminação de fake news e ofensas a ministros do STF e demais autoridades. As informações são do G1.
Reação nas redes sociais
Nas redes sociais, usuários comemoraram a saída de Weintraub. “Abraham Weintraub passará à história como o pior ministro da Educação que o Brasil já teve. Volta para o anonimato de onde saiu e aproveita para tomar umas aulas de português”, disse uma usuária.
“Olhe, da história do MEC, seguramente o pior de todos os tempos”, escreveu outro usuário.