Em meados de março de 2020, as escolas e demais instituições de ensino do país foram fechadas devido à pandemia da covid-19. Desde então, a maioria das unidades de ensino segue por meio de aulas remotas. Houve diversas tentativas de retomada das aulas presenciais em alguns estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, mas nem todas as redes retomaram as aulas, e muitos estados ainda debatem a reabertura das escolas.
A reabertura das escolas deve ser a primeira preocupação de 2021
No entanto, o estabelecimento do ensino remoto emergencial não tem funcionado muito bem para todas as redes de ensino, de modo que milhões de alunos não receberam material para fazer atividades à distância. Nesse sentido, Ítalo Dutra, chefe de Educação do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) Brasil, acredita que as crianças e os adolescentes foram as vítimas invisíveis da pandemia:
“2020 foi um ano muito desafiador para a história da humanidade, uma crise humanitária talvez sem precedentes. E apesar de sabermos que as crianças e os adolescentes se infectam menos e sofrem menos com os sintomas da Covid-19; elas são as vítimas invisíveis desta pandemia”.
Assim, Dutra chama atenção para o risco de aumento na desigualdade educacional no Brasil. Para ele, a falta de prioridade em relação à implementação de atividades remotas de ensino bem como a demora na reabertura das escolas pode piorar a situação.
Além disso, há ainda a preocupação com a segurança alimentar, como afirmou o representante do Unicef à RFI. A saúde mental dos estudantes também está em jogo, além de haver uma maior exposição à violência doméstica das crianças em 2020.
Por isso, para Dutra, a reabertura das escolas deve ser uma prioridade em 2021. “A gente precisa fazer uma avaliação criteriosa das escolas. Os professores de grupo de risco precisam estar protegidos, mas já sabemos por estudos que as crianças não têm impacto na pandemia”, disse ele.
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