A cada quatro brasileiros, um afirma que não tem comida suficiente em casa neste momento. É o que revela a nova pesquisa do Instituto Datafolha sobre o tema. O levantamento, que foi divulgado nesta terça-feira (29), mostra que o cenário de insegurança alimentar é mais aguda na região Nordeste.
De acordo com a pesquisa, 24% da população brasileira respondeu que a quantidade de comida que eles têm em casa neste momento é inferior ao que eles consideram necessário para sobreviver. O levantamento mostra a percepção desta parcela da população diante do aumento do preço dos alimentos registrado no Brasil nos últimos meses.
Ainda de acordo com o levantamento, 63% disseram que a quantidade de comida que eles têm agora é suficiente para sobreviver. Apenas 13% disseram que os alimentos que eles possuem em suas residências é mais do que suficiente para a família neste momento. Os dados mostram o nível de insegurança alimentar no Brasil.
Como era esperado, a situação é pior entre os mais pobres. Quando se considera apenas o grupo de pessoas que recebem até dois salários mínimos por mês, a taxa de cidadãos que consideram que a comida é insuficiente é de 35%. O patamar cai na mesma medida em que o número de salários sobe.
A pesquisa do Datafolha também fez o levantamento considerando apenas os grupos por regiões do país. Neste sentido, o Nordeste é o que tem a situação mais preocupante. Por lá, os índices de insegurança alimentar são notadamente maiores.
O Datafolha realizou as entrevistas com 2.556 pessoas em 181 municípios brasileiros. O levantamento foi feito ainda na semana passada e teve os resultados divulgados nesta terça-feira (29). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O Governo Federal afirma que faz o possível para tentar atenuar a situação. De acordo com o Ministério da Cidadania, o poder executivo aumentou o tamanho do Bolsa Família na passagem para o programa Auxílio Brasil.
Segundo a pasta, o novo projeto social registrou um aumento de 3,5 milhões no número de usuários entre os meses de dezembro do ano passado e março deste ano. Além disso, os valores aumentaram de uma média de R$ 189 para uma base mínima de R$ 400.
O Ministério disse ainda que o Governo Federal segue com os pagamentos do vale-gás nacional e com os descontos na conta de luz através da Tarifa Social de Energia Elétrica. Os programas em questão tomam como base os dados do Cadúnico.
O Governo ainda analisa neste momento a possibilidade de aumentar os valores do Auxílio Brasil e de iniciar os pagamentos de um projeto que visa ajudar motoristas autônomos na compra da gasolina. Os programas ainda estão em fase de discussão.