O índice de atividades turísticas do Brasil encolheu 1,5% em agosto deste ano, em comparação com o mês anterior. A queda eliminou o ganho registrado em julho (0,9%), enfraquecendo o turismo brasileiro.
Com o acréscimo desse resultado, o índice de atividades turísticas reduziu a distância em relação ao nível de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19. O segmento de turismo está 4,3% acima do patamar pré-pandemia, diferença que estava em 6,2% em julho.
Por falar na crise sanitária, o setor turístico sofreu fortes perdas nos últimos anos. Em síntese, a crise sanitária afundou o turismo em todo o mundo devido ao incentivo ao distanciamento social e às restrições às viagens, medidas que visavam evitar a disseminação do coronavírus.
Em 2022, o índice de atividades turísticas do Brasil cresceu 29,9% em relação a 2021, refletindo a recuperação do turismo nacional. Aliás, o desempenho surpreendeu os analistas, que não esperavam uma alta tão significativa assim.
A melhora do quadro sanitário e o fim das restrições fortaleceram a busca dos consumidores por viagens e pacotes turísticos em todo o país.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Em agosto, o índice de atividades turísticas caiu devido às quedas registradas em sete dos 12 locais pesquisados pelo IBGE. O recuo foi expressivo, apesar do avanço em cinco estados, porque as quedas exerceram maior influência na taxa nacional.
Confira abaixo os estados que tiveram os principais tombos em agosto:
Por outro lado, os impactos positivos mais intensos, que eliminaram apenas uma parte da queda registrada no mês, vieram do Paraná (2,6%), de Goiás (1,8%) e Santa Catarina (1,1%).
A saber, o turismo brasileiro ficou abaixo do patamar pré-pandemia por quase dois anos, até novembro de 2022. Entretanto, conseguiu superar essa marca em dezembro do ano passado, e vem se mantendo acima dela desde então.
Embora tenha eliminado todas as perdas acumuladas na pandemia, o índice de atividades turísticas continua abaixo do patamar mais alto já observado na série, mas a distância não é muito grande.
A propósito, o indicador está 3,1% abaixo do ponto mais alto já registrado, alcançado em fevereiro de 2014. Em julho, a distância era de 1,4%, ou seja, a queda registrada em agosto afastou o indicador do recorde histórico.
De acordo com o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, Rodrigo Lobo, o turismo brasileiro caiu em agosto principalmente por causa da queda no segmento de alojamento e alimentação, enfraquecido pelo pós-férias de julho.
Embora tenha recuado no mês, o IBGE ressaltou que o índice de atividades turísticas avançou na comparação anual. Em resumo, o turismo brasileiro cresceu 4,9% em relação a agosto de 2022, 29ª taxa positiva consecutiva.
O crescimento anual vem ocorrendo desde abril de 2021, principalmente por causa da base comparativa mais fraca. Isso porque a pandemia foi decretada em março de 2020 e, a partir de então, derrubou os dados não só do turismo mundial, mas também do nacional.
Como a pandemia afetou diretamente o índice de atividades turísticas, todos os dados se enfraqueceram, principalmente a partir de abril 2020. Dessa forma, o indicador passou a registrar avanços significativos em relação ao mesmo período do ano anterior em 2021, e vem mantendo essas taxas positivas até hoje.
Em relação a agosto de 2022, o índice de atividades turísticas cresceu graças ao avanço registrado em oito dos 12 locais pesquisados pelo IBGE. O avanço foi expressivo, apesar de algumas taxas negativas, pois as altas exerceram grande impacto na taxa nacional.
A alta mais importante também veio de Rio de Janeiro (11,8%), seguido por Minas Gerais (16,1%), São Paulo (2,2%) e Bahia (13,0%). Por outro lado, os impactos negativos mais intensos vieram de Pernambuco (-3,3%), Distrito Federal (-2,5%) e Ceará (-2,0%).
O indicador de turismo do IBGE também acumulou uma forte alta de 8,0% entre janeiro e agosto deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022. O resultado foi impulsionado por empresas dos seguintes ramos:
Nesse caso, 11 dos 12 locais pesquisados registraram crescimento em suas taxas, com destaque para São Paulo (7,0%), Minas Gerais (17,6%), Rio de Janeiro (10,1%), Bahia (13,6%) e Paraná (11,0%). O único local que não cresceu foi o Distrito Federal, que apresentou variação nula no período (0,0%).
Por fim, a pesquisa é feita apenas com 12 Unidades da Federação (UFs): Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.