O governo Lula não está conseguindo apresentar bons números em relação à criação de empregos formais nos primeiros meses de mandato. Em 2023, os resultados apresentados foram bem fracos e decepcionaram os brasileiros.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência, o Brasil criou 241,8 mil postos de trabalho formal em fevereiro de 2023, segundo mês do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na verdade, o mercado de trabalho brasileiro já estava enfrentando dificuldades em 2022, no final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em resumo, o país encerrou o ano passado com um saldo positivo de 2,03 milhões de postos de trabalho formal, resultado 26,6% menor que o saldo de 2021 (2,776 milhões).
O Ministério do Trabalho destacou a forte queda na quantidade de empregos criados no Brasil em relação a fevereiro de 2022. No segundo mês do ano passado, o país gerou 353,3 mil empregos, ou seja, houve uma queda de 31,56% na criação de postos de trabalho formal criados no início deste ano.
Segundo os dados do Caged, o Brasil registrou mais contratações que demissões em fevereiro. Assim, encerrou o mês com um saldo positivo, mas bem menor que o observado no mesmo mês de 2022.
Veja abaixo os números do mercado de trabalho brasileiro em janeiro:
Com o acréscimo dos dados de fevereiro, o Brasil passa a registrar um saldo de 42,77 milhões de empregos com carteira assinada.
Em suma, o valor ficou 0,6% maior que o saldo observado em janeiro (42,52 milhões). Já na comparação anual, o avanço foi ainda maior, de 4,5%. À época, o Brasil tinha um saldo de 40,93 milhões de empregos com carteira assinada.
Em 2020, a pandemia da covid-19 afundou o mercado de trabalho global, inclusive o brasileiro. No país, houve demissões em massa, redução de jornada de trabalho e diminuição da remuneração dos empregados.
Isso aconteceu porque os primeiros meses da pandemia ficaram marcados pelo incentivo ao distanciamento social. Dessa forma, muitas pessoas se isolaram em casa, reduzindo o consumo no país em diversas áreas consideradas não essenciais, resultando no fechamento de 192,5 mil vagas com carteira assinada em 2020.
Inclusive, o Brasil encerrou 2020 com um saldo de postos formais de trabalho de 38,559 milhões, número bem menor que o observado em fevereiro deste ano.
Em 2021, a situação começou a mudar com a melhora do quadro sanitário e muitos trabalhadores foram recontratados ou conseguiram novas ocupações profissionais no país. No ano, houve um crescimento bastante expressivo no número de empregos formais criados no Brasil, principalmente por causa da fraca base comparativa. E o cenário ficou ainda mais positivo em 2022.
Todos os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A propósito, vale destacar que não é mais adequado fazer comparações com os dados referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal modificou a metodologia do levantamento.
O levantamento do Ministério também mostrou que um setor se destacou na criação de empregos formais no Brasil em fevereiro de 2023.
Veja abaixo quantas vagas foram criadas ou fechadas em cada setor pesquisado:
Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em fevereiro, com um saldo bem maior que o registrados pelos demais setores, que também apresentaram resultados positivos no mês.
A única exceção foi o grupamento comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que fechou pouco mais de mil vagas no período.
Embora o resultado tenha ficado negativo, é importante comparar com os dados de janeiro. No primeiro mês de 2023, o grupamento fechou mais de 53 mil vagas no grupamento.
Isso aconteceu porque, no final do ano, o número de contratações temporárias dispara no país, principalmente no setor de comércio. Assim, os números tendem a ser negativos em janeiro, refletindo o encerramento do trabalho temporário.
O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. Em fevereiro, houve a abertura de vagas em todas as regiões:
Em janeiro, as regiões Norte e Nordeste haviam registrado saldos negativos, ou seja, fecharam postos de trabalho. Entretanto, isso não aconteceu em fevereiro, e todas as regiões criaram vagas de emprego.
Por fim, vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país.
Dessa forma, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD) Contínua.