Quanto mais uma região ganha em projetos de transferência de renda maior é a queda nos números da criminalidade. Quem está dizendo isso é um estudo da Universidade Federal de Sergipe (UFS). De acordo com o levantamento, os números mostram que programas como Bolsa Família e Auxílio Emergencial ajudaram neste papel.
O estudo em questão se baseia apenas nos números do estado de Sergipe. Os cientistas chegaram na conclusão de que quanto mais se investe nesses auxílios, maior é a queda no número de crimes comuns. A pesquisa tomou como base o ano de 2020 em comparação com que aconteceu na região em 2019.
“Foi possível observar que o pagamento de transferências de renda às famílias em maior situação de vulnerabilidade social contribuiu para uma redução de casos de violência doméstica, furtos e roubos no estado no período pandêmico”, disse o professor do Departamento de Economia da UFS, Marco Antônio Jorge.
No caso dos furtos, o estudo concluiu que a cada R$ 1 mil de Bolsa Família por pessoa, a redução de casos é de 228 registros. De acordo com analistas, isso mostra que o Governo não estaria perdendo dinheiro ao gastar com o pagamento de Auxílios. Pelo contrário, ele pode estar economizando.
No caso dos roubos, o estudo mostra que a cada R$ 1 mil no volume de benefícios do Bolsa Família a redução é de cerca de 328 roubos. Então sem o projeto, dá para dizer que a criminalidade iria fazer muito mais vítimas. Pelo menos essa é a conclusão a que os estudantes chegaram depois de todos os levantamentos.
O resultado do estudo vai de encontro com a ideia de que auxílios acabariam transformando pessoas em cidadãs dependentes do estado. De acordo com analistas, o que acontece é justamente o contrário.
Tudo isso acaba gerando uma certa dúvida sobre o que pode acontecer em um futuro próximo no Brasil. É que uma série de auxílios e programas sociais estão prestes a chegar ao fim. Ao mesmo tempo, uma recuperação econômica não parece estar tão próxima assim.
Há quem diga, por exemplo, que com o fim desses pagamentos, os índices de criminalidade poderiam voltar a crescer. E isso incluiria não só os roubos e furtos como também situações e outras naturezas como violência doméstica.
Hoje, de acordo com dados oficiais, o Governo Federal está pagando dois grandes programas sociais. Um é o Auxílio Emergencial e o outro é o Bolsa Família. Os dois devem chegar ao fim ao mesmo tempo no próximo mês de outubro.
Juntos, esses programas atendem algo em torno de 41 milhões de brasileiros. São pessoas que estão em situação de pobreza e de extrema pobreza. Uma parte desses cidadãos deverão migrar para o Auxílio Brasil, que entra em cena em novembro.
De qualquer forma, aparentemente não vai ter vaga para todo mundo. De acordo com as informações de bastidores, o Auxílio Brasil deverá atender algo em torno de 17 milhões de pessoas. A outra parte deverá passar o fim do ano sem nenhum tipo de ajuda.