Com a chegada da pandemia de covid-19 e a necessidade de distanciamento social, todo trabalho que poderia ser exercido de casa foi implementado. Uma estimativa da Korn Ferry, aponta que 85% das companhias adotaram totalmente o chamado home office nesse período. Embora algumas pessoas estejam voltando à rotina de forma presencial, o trabalho remoto continua em alta, principalmente na área da tecnologia, e assim continuará, segundo a Andela, marketplace global para talentos técnicos remotos.
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Voltar a trabalhar de forma presencial ainda não é a realidade da maioria dos profissionais de tecnologia. A Andela até reconhece que existem áreas em que a rotina presencial é indispensável, porém, a área de tecnologia se enquadra entre aquelas em que não há a necessidade.
Os próprios profissionais de Tecnologia da Informação (TI) não estão com expectativas de voltar ao presencial tão cedo. Em sondagens feitas com trabalhadores da área, a empresa descobriu que o trabalho presencial era limitante e que muitos desses profissionais enxergam a liberdade geográfica como um dos objetivos e vantagens na carreira.
Uma pesquisa da Page Outsourcing realizada com profissionais do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru corrobora com a impressão da Andela. Os dados mostram que 66,3% dos profissionais procuram vagas que permitam trabalhar remotamente, de forma parcial ou integral.
O número da pesquisa da Page Outsourcing demonstra uma grande quantidade de trabalhadores que preferem trabalhar de forma remota. Quando se fala de tecnologia, isso pode ser um fator decisivo na contratação de um profissional, já que o home office pode impactar positivamente a vida dos profissionais de tecnologia.
A Andela aponta que o trabalho remoto pode ser visto como uma oportunidade de uma pessoa trabalhar de outra cidade ou país sem precisar alterar a vida inteira para se encaixar naquela vaga. Por isso, as empresas precisam entender o que é importante para o colaborador e tentar conciliar com seus próprios objetivos.
Entre as vantagens do trabalho remoto no setor de tecnologia, estão:
Não foi só na adoção do trabalho remoto que a pandemia influenciou. Também aumentaram as demandas por tecnologia para suportar as atividades remotas. Com isso, também surgiu o termo “apagão dos profissionais”, usado para alertar as empresas nacionais e internacionais sobre uma possível escassez de especialistas qualificados para as demandas de vagas na área de tecnologia.
Para a Revelo, empresa de tecnologia para o mercado de recrutamento, o cenário atual caracteriza um novo desafio de recrutamento. Para entrar no jogo, as empresas já precisavam oferecer remuneração e pacotes de benefícios adequados para essa área. Mas para vencer, precisam reconhecer que as regras mudaram e que além de remuneração, os trabalhadores de tecnologia também buscam flexibilidade – como no trabalho remoto – e uma cultura inclusiva.
Essa realidade não é exclusividade do Brasil e atinge boa parte do mundo. Isso porque a demanda atual exige desenvolvedores com alto grau de conhecimento e experiência no mercado de trabalho, mas a quantidade de profissionais pleno e sênior não condizem com o número de vagas. Na plataforma da Revelo, há um profissional para cada duas vagas no mercado.
Por outro lado, as empresas que quiserem se destacar e conquistar novos talentos, além de reestruturar os pacotes de remuneração, precisarão apresentar soluções que as diferenciam das outras, especialmente das empresas internacionais. Isso inclui plano de carreira de médio prazo, apostas em profissionais juniores e investimento em diversidade e inclusão.