O Brasil registrou 36,8 milhões de trabalhadores do setor privado com a carteira assinada no segundo trimestre de 2023. O número ficou estável na comparação com o trimestre anterior, mas cresceu 2,8% em relação ao segundo trimestre de 2022 (acréscimo de 991 mil pessoas).
Isso quer dizer que 73,3% dos trabalhadores do setor privado tinham a carteira assinada no Brasil. Em outras palavras, quase três em cada quatro empregados do setor estavam em regime formal de contratação, seguindo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O resultado é bastante positivo e completamente diferente do observado nos últimos anos. Em resumo, a pandemia da covid-19 provocou a perda de milhões de empregos em todo o mundo, inclusive no Brasil. A saber, as maiores perdas do mercado de trabalho aconteceram em 2020, com muitos trabalhadores se vendo obrigados a irem para a informalidade.
No entanto, houve uma reversão desse cenário em 2021 e isso se consolidou em 2022, com o mercado de trabalho brasileiro ganhando mais força. Agora, no segundo trimestre de 2023, a trajetória ficou positiva e o desemprego voltou a cair no Brasil.
Todos estes dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Menores proporções de trabalhadores formais
De acordo com o IBGE, 16 das 27 Unidades da Federação (UFs) tiveram proporções de trabalhadores informais menores que a média nacional no segundo trimestre de 2023.
Em quase todos os estados do país, a taxa de trabalhadores com carteira assinada superou os 50%. Isso só não aconteceu no Maranhão, que continuou com a menor proporção de trabalhadores formais do país, e pouco menos da metade dos empregados tinham carteira assinada.
Veja abaixo os estados com as menores proporções de trabalhadores formais do país:
- Maranhão: 49,3%;
- Pará: 51,5%;
- Tocantins: 53,5%;
- Piauí: 53,5%;
- Ceará: 57,4%;
- Bahia: 58,0%;
- Sergipe: 58,2%;
- Paraíba: 59,4%.
Em suma, esses dados se referem ao percentual de pessoas que possuem 14 anos ou mais de idade e que estavam empregadas no setor privado no primeiro trimestre de 2023 no Brasil.
Entre abril e junho, o Maranhão teve o menor percentual de trabalhadores formais no setor privado. Aliás, vale destacar que o estado apresentou uma piora em seus números, visto que, no trimestre anterior, o percentual foi de 50,8%.
Outros oito estados tiveram taxas abaixo da média nacional: Alagoas (60,3%), Roraima (61,6%), Amazonas (64,3%), Rio Grande do Norte (64,4%), Pernambuco (68,1%), Amapá (68,3%), Acre (68,5%) e Goiás (71,1%).
Santa Catarina tem maior percentual do país
A PNAD também revelou a outra parte do ranking, com dados mais favoráveis. Em síntese, Santa Catarina apresentou o maior percentual de trabalhadores do setor privado com a carteira de trabalho assinada. Inclusive, o estado sulista vem mantendo essa posição há anos.
A saber, 11 UFs tiveram taxas superiores à média nacional. Veja abaixo os maiores percentuais de trabalhadores com carteira assinada no setor privado no primeiro trimestre de 2023:
- Santa Catarina: 88,1%;
- Rio Grande do Sul: 82,3%;
- Paraná: 81,3%;
- São Paulo: 80,0%;
- Mato Grosso: 77,8%;
- Rondônia: 77,5%;
- Distrito Federal: 76,7%;
- Mato Grosso do Sul: 76,4%;
- Rio de Janeiro: 75,8%;
- Minas Gerais: 75,7%;
- Espírito Santo: 74,0%.
Os dados citados mostram que as maiores taxas foram observadas na região Sul, que dominou o top três. Em seguida, ficaram UFs do Sudeste e do Centro-Oeste, enquanto os estados do Nordeste e do Norte tiveram os menores percentuais do país, com exceção de Rondônia, cuja taxa disparou em relação ao primeiro trimestre (72,4%).
Cabe salientar que o mercado de trabalho vem apresentando dados bem fracos neste ano. Em junho, o Brasil criou 157,19 mil postos formais de trabalho, taxa 45% menor que a registrada no mesmo período de 2022.
Com o acréscimo do resultado de junho, o Brasil passou a registrar um saldo de 43,46 milhões de empregos com carteira assinada. Em suma, o valor superou em 0,3% o saldo observado em maio (43,31 milhões) e em 3,9% o saldo de junho de 2022 (41,81 milhões).
Entenda a PNAD Contínua
Segundo o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. A saber, isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.
Em suma, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012.335559740″:360}”> A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país e desemprego, entre outros pontos.
335559740″:360}”>E os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.