A taxa de desemprego no Brasil no trimestre que se encerrou no último mês de fevereiro ficou em 11,2%. De acordo com números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a falta de trabalho ainda afeta 12 milhões de pessoas. A divulgação dos dados aconteceu oficialmente nesta quinta-feira (31).
Entre outras dados, o IBGE aponta que o crescimento no número de brasileiros ocupados segue existindo, embora cresça em um ritmo menos acelerado. No final das contas, no entanto, se esperava que a taxa de desemprego viesse um pouco pior neste trimestre. Previsões da agência Reuters indicavam que o dado ficaria em 11,4%.
As informações divulgadas pelo IBGE fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No geral, a taxa de desemprego recuou em relação ao que se viu no trimestre anterior, que chegou ao fim em novembro de 2021.Na ocasião, o Instituto apontou um desemprego na casa dos 11,6%.
Entretanto, quando se compara com os números da última divulgação, não há registro de queda. Entre os meses de novembro de 2021 e janeiro de 2022, a taxa de desemprego ficou na faixa dos 11,2%. Portanto, é a mesma que foi registrada agora. Não houve uma redução entre os dois intervalos de tempo.
De acordo com analistas do próprio IBGE, os números atuais mostram um cenário de estabilidade nas condições do emprego no Brasil. Não há, portanto, uma aceleração do desemprego e também não há uma piora.
O número total de ocupados, por exemplo, ficou em 95,2 milhões neste trimestre terminado em fevereiro. Os dados anteriores mostravam 94,9 milhões. Um leve crescimento que pode ser visto, de acordo com analistas, como um processo de estabilidade.
“No trimestre encerrado em fevereiro, houve retração da população que buscava trabalho, o que já vinha acontecendo em trimestres anteriores. A diferença é que nesse trimestre não se observou um crescimento significativo da população ocupada”, disse a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Nem todo mundo sabe, mas a evolução das taxas de desemprego têm uma relação direta com a situação da criação de auxílios por parte do Governo Federal. Segundo o Planalto, os dois assuntos estão relacionados.
Em entrevista recente, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não há a necessidade de seguir com os pagamentos do Auxílio Emergencial. O argumento utilizado pelo chefe da pasta era o de que os “empregos estão voltando”.
Caso a recuperação dos postos de trabalho não acelere com maior rapidez, o Governo teme que a pressão em torno de um retorno do Auxílio Emergencial recomece, visto que boa parte da população seguirá sem ter nenhum tipo de trabalho.