O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) ampliou, no último dia 17, a taxa básica de juros da economia (Selic), passando de 10,75% para 11,75% ao ano. Este é o maior percentual desde abril de 2017, quando a taxa estava em 12,25% ao ano.
A medida não pegou os economistas de surpresas, que já aguardavam o aumento. Segundo as informações, essa é a nona vez consecutiva que a taxa passou por um reajuste considerando o período a partir do mês de março de 2021. A Selic mínima que estava em 2% recebeu vários acréscimos no decorrer dos meses.
Segundo o Copom, a nova alta pode ser justificada nos efeitos internacionais causados pela guerra entre Rússia e Ucrânia, o que levou a “um aperto significativo das condições financeiras e aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial”.
No que se refere aos fatores nacionais, a inflação ao consumidor “seguiu surpreendendo negativamente. Essa surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos itens associados à inflação subjacente”.
“Diante da volatilidade recente e do impacto sobre as projeções de inflação de sua hipótese usual para o preço do petróleo em USD**, o Comitê decidiu adotar também, neste momento, um cenário alternativo. Nesse cenário, considerado de maior probabilidade, adota-se a premissa na qual o preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado até o fim de 2022, terminando o ano em US$100/barril e passando a aumentar dois por cento ao ano a partir de janeiro de 2023. Nesse cenário, as projeções de inflação do Copom situam-se em 6,3% para 2022 e 3,1% para 2023”
Na reunião realizada em fevereiro, na qual a Selic foi elevada em 1,50 ponto percentual, de acordo com o BC a intenção foi reduzir o ritmo de alta dos juros básicos. No entanto, devido aos conflitos na Ucrânia, em que se destaca o impacto nos preços de commodities, as taxas inflacionárias têm disparado, já com efeitos no percentual de 2023.
Todavia, agora o Comitê considera que, “diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”.