O Comitê de Política Monetária (Copom) deliberou esta semana por aumentar a Selic de 7,75% para 9,25%. O indicador é considerado a taxa básica de juros e também é utilizado como forma de controlar a inflação.
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Este é o sétimo aumento consecutivo, o que fez com que o indicador ficasse mais alto em pouco mais que quatro anos – valor maior só foi registrado em julho de 2017 – quando a Selic ficou em 10,25%.
Os altos valores de aumento pretendem controlar a inflação que já atingiu 10,67% em 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechado em outubro. O aumento dos juros também aumentam os lucros para quem investe em renda fixa e devem valorizar o real em comparação com o dólar.
Ainda é esperado que na primeira reunião de 2022 a Selic continue a aumentar e suba mais 1,5 ponto. “E vale destacar que o Banco Central também é o responsável por estimular o fomento da atividade econômica e do emprego, por isso acreditamos que a taxa alcançará facilmente 11% em março”, comentou Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating
Comunicado do Banco Central
O Banco Central comentou a situação em comunicado. “O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, disse o banco.
De acordo com economista a preocupação do Banco Central no comunicado. “A combinação de expectativas menos piores na margem, somado a perspectiva de queda da inflação em 12 meses já no primeiro trimestre de 2022 apontam que o mercado deve jogar ainda mais para baixo a parte longa da curva de juros. Mantemos nossa projeção de SELIC em 11,5% ao final do ciclo em maio do ano que vem”, disse André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, ao Metrópoles.
O novo aumento deve acontecer em breve. “O Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.”