O Brasil registrou um crescimento de 1,8 milhão de famílias que se registram como extremamente pobres no Cadúnico. Os dados são referentes aos dois primeiros meses do ano de 2022. As informações foram divulgadas no final da última semana pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
Quando se analisa apenas os números percentuais, a alta acumulada para os meses de janeiro e fevereiro foi 11,8% ainda segundo os dados da CNM. A taxa é obtida depois de uma comparação com os números do final do ano passado. Ao todo, são 17,5 milhões de famílias vivendo em situação de extrema-pobreza.
Especialistas ressaltam que o número está subnotificado. Vale lembrar que a soma de pessoas que estão em situação de extrema-pobreza considera apenas os indivíduos com o cadastro ativo no Cadúnico. Estima-se que uma parcela considerável da população esteja em situação de extrema-pobreza, mas não esteja no Cadúnico do Governo Federal.
Uma pessoa é considerada de extrema-pobreza quando a sua renda per capita é menor do que R$ 105 por mês. Para chegar ao número, basta somar as rendas totais mensais de todos os integrantes da família e dividir pela quantidade de pessoas que moram na mesma casa. O resultado da equação é justamente a renda per capita.
O Cadúnico é uma espécie de lista do Governo Federal que reúne os nomes das pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social. Para entrar no cadastro, é preciso entrar em contato com a prefeitura da sua cidade e verificar como o procedimento de entrada funciona no seu município.
Informações oficiais divulgadas pela CNM mostram que houve uma alta procura por inscrições no Cadúnico do Governo Federal. O aumento aconteceu logo depois do fim do Auxílio Emergencial ainda em outubro do ano passado.
A maioria dos novos inscritos buscava uma vaga no Auxílio Brasil, o novo programa do Governo Federal que começou a realizar pagamentos ainda em novembro de 2021. O fato é que alguns dos beneficiários entraram no programa.
Dados do Ministério da Cidadania apontam que pouco mais de 3,5 milhões de pessoas entraram no Auxílio Brasil desde o último mês de janeiro deste ano. Ao todo, mais de 18,06 milhões de brasileiros estavam na folha de pagamentos de abril.
Embora o número de usuários do projeto seja recorde, o fato é que a fila de espera para entrada no programa aumentou. Dados da CNM revelam que pouco mais de 1 milhão de brasileiros estavam nessa lista no último mês de janeiro.
A fila de espera é formada pelas pessoas que se encaixam em todas as regras de entrada do Auxílio Brasil, mas que mesmo assim não conseguem receber nada. O Governo explica que a prática acontece por falta de espaço no orçamento.
Com a alta procura por entradas no Cadúnico, o Ministério da Cidadania precisou criar a fila de espera mais uma vez. A pasta afirma que poderá inserir novas pessoas no programa, mas ainda não há garantias de que as inserções acontecerão, de fato.