Apesar de a maioria das pessoas estarem na expectativa para o restabelecimento da segurança sanitária para enfim, poderem sair de suas casas, há quem tema essa volta ao “normal” e prefira se manter em ambiente seguro, mesmo após o fim da pandemia.
Precaução ou não, esse fato vem sendo denominado como “síndrome da cabana”, uma condição que ainda não está descrita na literatura médica, porém, remete a aversão exagerada da ideia de sair de casa.
De acordo com especialistas, a adaptação até as situações mais difíceis, como o isolamento, é comum para o cérebro. Isso porque ao estabelecer uma rotina como vem sendo a restrição social, a mente humana acaba tornando aquilo como o “seu normal”, a fim de economizar energias.
Diante disso, essa adaptação, que até então parecia difícil, se torna mais uma rotina do dia a dia e o fato de mudá-la, incide na elaboração de um novo hábito, que exige mais trabalho do cérebro, e logo, mais gasto de energia. Por isso iniciar novos hábitos ou alterar a rotina é tão difícil.
Vale destacar também, que a Síndrome da Cabana não pode ser confundida como uma preocupação momentânea. Esta condição é quase irracional, pois o indivíduo acaba buscando cada vez mais motivos para se manter em casa, se afastando da família, amigos e deixando de estabelecer relações sociais.
O tempo pode ser a solução para amenizar o quadro, já que o cérebro leva determinado período para se adequar a uma nova rotina. Durante este período é bem possível surgir alguns momentos de estresse, visto que a readaptação exige mais energia do cérebro e logo, acaba sendo um fator a mais para gerar este transtorno.
Além disso, é preciso treinar a mente, focando sempre no lado positivo das coisas, evitando pensar em situações que geram sensações de medo e incertezas.
Caso a situação se torne ainda mais incontrolável, buscar auxílio psicológico pode ser a melhor solução, pois o quadro pode desencadear outras consequências prejudiciais à saúde mental.
Entre as consequências graves da Síndrome da Cabana está o desenvolvimento de alguns transtornos mentais.
O excesso de preocupação, pensamentos negativos e insegurança são gatilhos para doenças como o Pânico, ansiedade e depressão.
Há também aqueles que lidam com situações difíceis abusando de recursos como álcool e cigarros, o que acaba gerando efeitos prejudiciais à saúde física.
Por isso, o ideal é identificar se a precaução está fora do controle e tentar remediá-la o mais breve possível, antes que resulte em outros danos.
Ainda de acordo com especialistas de saúde mental, os problemas não podem ser negados, entretanto, é preciso desfocar às vezes de certas situações, a fim de não sobrecarregar o cérebro apenas com emoções negativas.
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